Impacto da inatividade física nos custos de internações hospitalares para doenças crônicas no Sistema Único de Saúde

Autores

  • Márlon Martins Moreira
  • Erica Midori Ikegami
  • Izabelle Mara Rodrigues Mesquita
  • Elisângela de Assis Amaro
  • Vanessa Vieira Pena
  • Joilson Meneguci Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil
  • Cíntia Aparecida Garcia
  • Jair Sindra Virtuoso Júnior

Palavras-chave:

crônica, Sistema Único de Saúde, perfil de impacto da doença, hospitalização

Resumo

Objetivo: Avaliar o impacto da inatividade física nos custos de internações em idosos portadores de Doenças Coronárias, Diabetes Mellitus tipo II, Neoplasias de mama e cólon, bem como a economia em gastos para a população fisicamente ativa. Métodos: Estudo de caráter descritivo, realizado a partir de dados secundários obtidos do Sistema Único de Saúde (SUS), referentes aos custos das internações por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Os custos foram extraídos através do Departamento de Informática do SUS, no Sistema de Informações Hospitalares, segundo doenças coronárias, diabetes mellitus e câncer de cólon e de mama, nas cinco regiões brasileiras para a faixa etária de 60 anos ou mais no período de janeiro de 2015 a abril de 2016.Utilizou-se a fração atribuível populacional (PAF) referente a causa de internação estratificada por região. Resultados: A prevalência total de inatividade física no país correspondeu a 62,7% da população idosa, com maior percentual para a região Norte (65,8%) e menor para a região Nordeste (61,5%). Conclusão: A inatividade física impacta significativamente o número de internações hospitalares pelas causas avaliadas e nos custos resultantes, com diferenças na ocorrência dependendo do sexo e região do País.

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Publicado

2017-04-09

Edição

Seção

Artigos originais