Incontinência urinária em mulheres praticantes de Cross Fit

Autores

  • Alexsandra Araújo Cavalcante Santana
  • Karina Dias Guedes Machado
  • Maria de Fátima Bastos Henrichs
  • Isis Olivier de Aguiar
  • Erica Feio Carneiro Nunes
  • Gustavo Fernando Sutter Latorre

Palavras-chave:

assoalho pélvico, exercício, incontinência urinária

Resumo

Introdução: a incontinência urinária (iu) é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina. Existem evidencias de que durante atividades físicas estressantes e vigorosas, a ocorrência de iu seja comum entre mulheres jovens e fisicamente ativas. O exercício físico de alto impacto é considerado fator de risco para a iu, embora não haja descrições a respeito especificamente da modalidade cross fit, que está em voga atualmente. Objetivo: levantar a prevalência de iu em mulheres que praticam a modalidade cross fit na cidade de Rio Branco - Acre, Atibaia - SP, São Paulo – SP, São Jose – SC. Métodos: foi realizado um estudo multicêntrico, descritivo, observacional e quantitativo em mulheres que praticam a modalidade de exercício do tipo cross fit, , foi avaliado a iu através de 2 (dois) questionários, onde  o primeiro foi realizada a anamnese para coleta de dados pessoais, histórico social, ginecológica e prática de exercícios com o objetivo de investigar fatores que pudessem interferir na pesquisa. Em seguida o foi aplicado a tradução do international consultation on incontinence questionare – short form (iciq-sf). Resultados: a amostra deste estudo foi constituída por 127 mulheres praticantes de cross fit (média = 30 ± 5 anos). Do total da amostra, 23.6% disseram ter perda urinária. Destas, foi observada em 19.9% da amostra a iu. Daquelas que relataram perder urina, 84% relatou perder quantidade pequena de urina, seguido pela perda moderada (em 12% das participantes com perda). Conclusão: concluímos que existe uma prevalência de mulheres com incontinência urinária que praticam exercícios de alto impacto como a modalidade de cross fit afim desta pesquisa, principalmente quando o assoalho pélvico recebe constante um aumento de pressão devido a associação de outras modalidades esportivas em conjunto.

Referências

Caetano AS, Tavares M da CGCF, Lopes MHB de M. Incontinência urinária e a prática de atividades físicas. Rev Bras Med Esporte. 2007; 13( 4 ): 270-274.

Prigol S, Sebben V, Guedes JM. Prevalência da incontinência urinaria em mulheres praticantes de atividade física nas academias da cidade de Erechim. Perspectiva, Erechim. 2014; 38(141): 121-130.

Nygaard IE, Shaw JM. Physical activity and the pelvic floor. Am J Obstet Gynecol. 2016; 214(2):164–171.

Patrizzi LJ, Viana DA, Silva LMA, Pegorari MS. Incontinência urinaria em mulheres jovens praticantes de exercício físico. Rev. Bras. Cia e Mov. 2014, 22(3): 105-110.

Virtuoso, J.F.; Menezes, E.C.; Mazo, G.Z. Fatores de risco para incontinência urinaria em mulheres idosas praticantes de exercício físico. Rev Bras. Ginecol. Obstet 2015;37(2):82-6.

Almeida Priscilla Pereira de, Machado Lívia Raquel Gomes. A prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de jump. Fisioter. mov. 2012; 25( 1 ): 55-65.

Smith MM, Sommer AJ, Starkoff BE, Devor ST: Crossfit-based high intensity power training improves maximal aerobic fitness and body composition. J Strength Cond Res. 2013, 27:3159–3172.

Tamanini JTN, Dambros M, D’ancora CAL, Palma PCR. Validação para o português do “international consultation on incontinence questionnarie short form (ICIQ-SF). Rev Saúde Publica 2004; 38(3): 438-44.

Moran S, Booker H, Staines J, Williams S. Rates and risk factors of injury in CrossFit: a prospective cohort study. J Sports Med Phys Fitness. 2017;57(9):1147-53. doi: 10.23736/S0022-4707.16.06827-4

Sprey JW, Ferreira T, Lima MV, Duarte Jr A, Jorge PB, Santili C. An epidemiological profile of CrossFit athletes in Brazil. Orthop J Sports Med. 2016;4(8):2325967116663706. doi: 10.1177/2325967116663706

Dias SFL, Rodrigues MAS. A prevalência de incontinência urinária em mulheres nulíparas. J Health Sci Inst. 2016;34(1):49-52

Araujo MP, Parmegiano TR, Negra LGD, Wo L, Manito ACA, Giriao MJBC, et al. Avaliação do assoalho pélvico de atletas existe relação com a incontinência urinaria? Rev Bras. Med. Esporte. 2015; 21(6): 442-446.

Teixeira RV, Colla C, Sbruzzi G, Mallmann A, Paiva LL. Prevalence of urinary incontinence in female athletes: a systematic review with meta-analysis. Int Urogynecol J. 2018 Dec;29(12):1717-172.

Yang J, Cheng JW, Wagner H, Lohman E, Yang SH, Krishingner GA et al. The effect of high impact crossfit exercises on stress urinary incontinence in physically activewomen. Neurourol Urodyn. 2019 Jan 8. doi: 10.1002/nau.23912.

Vitton V, Baumstarck-Barrau K, Brardjanian S, Caballe I, Bouvier M, Grimaud JC. Impact of high-level sport practice on anal incontinence in a healthy young female population. J Womens Health (Larchmt). 2011;20(5):757-63

Araujo MP, Oliveira E, Zucchi EVM, Trevisani VFM, Girião MJBC, Sartori MGF. Relação entre incontinência urinaria em mulheres atletas corredoras de longa distância e distúrbio alimentar. Rev. Assoc. Med Bras. 2008;54(2):146-9.

Nygaard IE, Thompson FL, Svengalis SL, Albright JP. Urinary incontinence in elite nulliparous athletes. Obstet Gynecol. 1994;84(2):183-7

Vaz CT, Sampaio RF, Saltiel F, Figueiredo EM. Effectiveness of pelvic floor muscle training and bladder training for women with urinary incontinence in primary care: a pragmatic controlled trial. Braz J Phys Ther. 2018, https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2019.01.00

Cardoso AMB, Lima CROP, Ferreira CWS. Prevalence of urinary incontinence in high-impact sports athletes and their association with knowledge, attitude and practice about this dysfunction. Eur J Sport Sci. 2018 Nov;18(10):1405-1412.

Downloads

Publicado

2020-07-27

Edição

Seção

Artigos originais