O CORPO SUPLICADO NO CONTO DE LYGIA FAGUNDES TELLES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/it.v13i2.5092

Palavras-chave:

corpo feminino, violência sexual, conto contemporâneo, feminicídio

Resumo

Este artigo apresenta um estudo acerca das marcas morais do feminicídio no conto “Dolly”, da coletânea A noite mais escura e eu (1995), de Lygia Fagundes Telles, que retoma as condições similares do estupro da atriz norte-americana, Virginia Rappe, em uma festa em Hollywood em 1921. O corpo de Dolly é encontrado violado e sem vida em sua casa. Por ter sido punida, defendemos a tese que esse corpo é identificado como suplicado, sendo visto como um corpo castigado, conforme as abordagens de Michel Foucault. Essa estratégia simbólica é usada como aniquilamento feminino de acordo com estudos respaldados pela crítica feminista de Lia Zanotta Machado e Rita Laura Segato.

Biografia do Autor

Carlos Magno Gomes, Universidade Federal de Sergipe

Doutor em Literatura pela UnB 2004 e pós-doutorado pela UFMG em 2013.

Referências

BANDEIRA, L. M.; MAGALHÃES, M. J. A transversalidade dos crimes de feminicídio/femicídio no Brasil e em Portugal. Revista da Defensoria Pública do Distrito Federal. Brasília, v. 1, n. 1, p. 29-56, 2019. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/123178/2/361526.pdf. Acesso em 15 ago. 2020.

BUTLER, J. Desregulando gênero. Cadernos Pagu. Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero, v. 42, p. 249-274, 2014. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/cpa/n42/0104-8333-cpa-42-00249.pdf. Acesso em 15 ago. 2020.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 26. ed. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2002.

MACHADO, L. Z. O medo urbano e a violência de gênero. In: MACHADO, L. Z. et al. (Orgs.). A cidade e o medo. Brasília: Verbena/Francis, 2014, p. 103-125.

MACHADO, L. Z. Violência contra as mulheres: diálogos entre feminismo e ciência social. In: DIAS, A. et al. (orgs.). A transversalidade de gênero na produção do conhecimento e nas políticas públicas. Aracaju: Editora IFS, 2017, p. 37-54.

SEGATO. R. L. Las estructuras elementales de la violencia: contrato y status en la etiologia de la violencia. Série Antropológica. Brasília: Departamento de Antropologia da UnB, 2003. Disponível em http://www.escuelamagistratura.gov.ar/images/uploads/estructura_vg-rita_segato.pdf. Acesso em 20 ago. 2020.

SEGATO. R. L. Território, soberania e crimes de segundo Estado: a escritura nos corpos das mulheres de Ciudad Juarez. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 265-285, 2005. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/ref/v13n2/26882.pdf. Acesso em 10 jul. 2020.

SEGATO, L. R. La escritura en el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez. Buenos Aires: Tinta Limón, 2013.

TELLES, L. F. “Dolly”. In TELLES, L. F.. A noite mais escura e eu. São Paulo: Companhia das letras, 2009, p. 11-26

XAVIER, E. Que corpo é esse? O corpo no imaginário feminino. Santa Catarina: Mulheres, 2007.

Downloads

Publicado

2021-01-31

Como Citar

GOMES, C. M. O CORPO SUPLICADO NO CONTO DE LYGIA FAGUNDES TELLES. InterteXto, Uberaba, v. 13, n. 2, p. p.242–256, 2021. DOI: 10.18554/it.v13i2.5092. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/article/view/5092. Acesso em: 19 mar. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS VOLUME TEMÁTICO: "Questões de gênero/sexo na linguística e na literatura"