ENSINO DA VARIAÇÃO DIAFÁSICA ATRAVÉS DO GÊNERO CONTO: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/ifd.v6i1.3802

Palavras-chave:

variação diafásica, gênero conto, ensino.

Resumo

RESUMO

A partir dos estudos desenvolvidos pelo americano William Labov, em meados da década de 1960, a língua passou a ser concebida como um sistema heterogêneo e susceptível de mudança. Desses achados linguísticos, emergiu a teoria da Variação Linguística, cuja essência é a proposição de que a língua varia de acordo com vários fatores linguísticos e sociais, entre eles o tempo, o espaço e contexto de uso.  Sob essa perspectiva, o presente artigo relata a aplicação de uma sequência didática como parte de uma proposta intervencionista aplicada numa turma de 6º ano do ensino fundamental de uma comunidade majoritariamente rural do município de Icapuí, litoral extremo Leste cearense, no último bimestre letivo do ano de 2015, em consonância com a proposta do Programa de Mestrado Profissional em Letras. Objetivava-se com essa parte do trabalho de dissertação a conscientização dos discentes sobre o reconhecimento da variação linguística diafásica. Para alcançar esse intento, foi proposta uma atividade de interpretação de um conto de nossa autoria, cujo enredo trata acerca da necessidade de se adequar as variantes linguísticas de acordo com o contexto interacional. Usamos como fundamentação teórica, Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004, 2005, 2014), Bortoni-Ricardo e Oliveira (2013), Brasil (1998), Goffman (2013), Tarallo (2007), Thiollent (2009) e Weinreich, Labov e Herzog (2006). Com a aplicação da sequência didática, os resultados obtidos foram satisfatórios, uma vez que foi apresentada e compreendida, integralmente, a abordagem da Variação Linguística Diafásica por meio da interpretação do enredo de contos, conforme as respostas dos discentes nos revelam.

Biografia do Autor

Marcílio José Ferreira Nunes, Universidade Federal do Semi-árido-UFERSA

Mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; ex-professor efetivo da rede estadual do Ceará de ensino e da rede municipal de Icapuí; membro dos grupos de pesquisas Atlas Liguístico do Rio Grande do Norte- ALIRN e Grupo de pesquisa em Ensino da Linguagem na Contemporaneidade, ambos da UFERSA.

Gilson Chicon Alves, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Mestrado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2001) e doutorado em Lingüística pela Universidade Federal da Paraíba (2012). Atualmente é professor adjunto 4 da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: linguistica, fonologia, portugues, descriçao e linguistica textual coerencia coesao.

Referências

BAGNO, M. (1961) Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a Sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

______. (1945) Nós cheguemu na escola, e agora?: Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

______. Manual de Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014.

BORTONI-RICARDO, S. M. & OLIVEIRA, T. Corrigir ou não variantes não padrão na fala do aluno? In: BORTONI-RICARDO, S. M. & MACHADO, V. R. (Orgs.). Os doze trabalhos de Hércules: do oral para o escrito. São Paulo, p. 45-62, Parábola, 2013.

BRASIL (1998) Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília/DF: MEC/SEF.

CHEVALLARD, Y. (1991) La TranspositionDidactique: Du SavoirSavantauSavoirEnsigné. Grenoble, La penséeSauvage.

GOFFMAN, E. A situação Negligenciada. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. Orgs. Sociolinguística Interacional. São Paulo: Edições Loyola, 2013. Cap. 1, p. 13-20.

PAIS. L. Didática da Matemática, uma análise da influência francesa. Coleção Tendências em Educação Matemática, 3ª edição, Editora Autêntica, 2011. 136p.

TARALLO, F. (1951-1992) A pesquisa sociolinguística. 8 ed. São Paulo: Ática, 2007.

THIOLLENT, M., 1947 – Metodologia da pesquisa-ação/ Michel – 17. Ed. – São Paulo: Cortez, 2009.

WEINREICH, U.; LABOV, W. & HERZOG, M. Fundamentos empírico para uma teoria da mudança linguística/ tradução Marcos Bagno: revisão técnica Carlos Alberto Faraco; Posfácio Maria da Conceição A. de Paiva, Maria Eugénia Lamoglia Duarte. -São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Downloads

Publicado

2019-07-30