ESCOLA, PODER E CAMPO LINGUÍSTICO: REFLEXÕES SOB AS LENTES DA SOCIOLINGUÍSTICA E DO PODER SIMBÓLICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/ifd.v6i2.4147

Palavras-chave:

ensino de língua, preconceito linguístico, poder simbólico, lugar de fala.

Resumo

RESUMO

Em um exercício de revisão bibliográfica, este estudo propõe uma discussão sobre o ensino de língua materna institucionalizada sob as perspectivas da Sociologia e da Sociolinguística. Para tal, fundamenta-se nas contribuições de Bagno (2011), Marcuschi (1997), Bechara (2009) Saussure (1995) e Bourdieu (1998). 

Considerando a língua enquanto prática social, e, portanto, aspecto da cultura e importante traço do processo identitário dos sujeitos, reconhece-se a necessidade de ponderar práticas linguistas de variantes menos prestigiadas socialmente, admitindo a língua como signo de poder e instrumento de integração social – de conhecimento e de comunicação – possibilitando diretamente a leitura de e a relação com o mundo e, por extensão, a reprodução ou transformação da ordem social.

Por conseguinte, relacionando o poder simbólico, advindo da teoria bourdieusiana, com o preconceito linguístico de Bagno, depreende-se que os processos de exclusão linguística e de exclusão social estão intimamente ligados, impactando os lugares sociais e lugares de fala.

Partindo de uma análise da instituição escolar – espaço cuja função, socialmente difundida, seria de promover possibilidades de mobilidade social por meio da apropriação de conhecimento - pretende-se ponderar a relação entre ensino de língua, a constituição do campo linguístico e o poder simbólico, visando os impactos que acabam por perpetuar e legitimar as desigualdades sociais, consolidar os lugares de fala e perpetrar o habitus da classe hegemônica dominante.

 

 

 

Biografia do Autor

Amanda Rosa Silva, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduada em Hsitória, mestranda em Educação (UFTM).

Daniele Campos Botelho, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Licenciada em Letras Português/Inglês e em Pedagogia e mestranda em Educação.

Referências

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Publicado

2019-12-30