A constituição dos sujeitos e a fragmentação de si em “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson

Autores

  • Bruno Drighetti Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.18554/rs.v8i2.4040

Palavras-chave:

O Médico e o Monstro, Análise do Discurso, Constituição do Sujeito, Foucault.

Resumo

No presente artigo, apresentamos por objetivo realizar uma investigação sobre os processos de constituição dos sujeitos de Dr. Jekyll e Mr. Hyde na obra “O Médico e o Monstro” (STEVENSON, 2014), bem como propor uma problematização acerca da dispersão das subjetividades na referida obra, elementos que acompanham a constituição discursiva das duas personagens que, a princípio, são tidas como antagônicas. O texto literário é concebido, portanto, como o ambiente em que emergem aspectos de sua exterioridade. Para fomentar essas reflexões, amparamo-nos em teorias da Análise do Discurso Francesa (PÊCHEUX, 1995), além de Michel Foucault (1978; 1987; 2001a; 2001b) para se pensar, principalmente, as questões da disciplina, da monstruosidade e da anormalidade. Como a análise nos sugere, o sujeito Jekyll é, durante a narrativa, interditado, gradualmente, dando lugar a uma subjugação a Hyde e sendo encaminhado, deste modo, à sua morte discursiva.

Biografia do Autor

Bruno Drighetti, Universidade Federal de Uberlândia

Mestrando no curso de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, na Universidade Federal de Uberlândia, sob orientação da Profª. Drª. Fernanda Mussalim.

Referências

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Publicado

2019-12-18

Como Citar

Drighetti, B. (2019). A constituição dos sujeitos e a fragmentação de si em “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson. Revista Do Sell, 8(2), 298–313. https://doi.org/10.18554/rs.v8i2.4040