“A obrigação é o tédio” em O Passado e o Presente

Autores

  • Edimara Lisboa Universidade de São Paulo/Mestranda

DOI:

https://doi.org/10.18554/rs.v4i2.586

Resumo

Este trabalho discutirá o processo de adaptação cinematográfica da peça O Passado e o Presente, de Vicente Sanches, pelo cineasta Manoel de Oliveira. Por seu caráter de experimentação, o filme homônimo ainda não traz os procedimentos de transposição característicos das adaptações oliveirianas, sendo construído em torno da lógica clássica dessa categoria de adaptação, que procura escapar à designação pejorativa de “teatro filmado”. No nível temático, entretanto, esse filme inaugura um leitmotiv do cinema oliveiriano: a impossibilidade de atingir em vida o amor absoluto. A primeira fala do filme, quarta da peça, poderia ser a epígrafe de seus quatro longas-metragens de ficção seguintes: “o casamento é a obrigação e a obrigação é o tédio”. Gostaríamos de tomar esta passagem como fio condutor de análise dos procedimentos de adaptação empregados nesse filme. No cotejo peça/filme é possível identificar desvios da obrigação de fugir do “teatro filmado” que acabam por revelar técnicas muito próprias do cinema oliveiriano e que muitas vezes passam desapercebidas em O Passado e o Presente. Ao discutir esses desvios e suas relações com seus outros filmes adaptados de peças, esperamos contribuir para os estudos da obra de Manoel de Oliveira, cujo diálogo com o teatro perpassa temas e técnicas.

Biografia do Autor

Edimara Lisboa, Universidade de São Paulo/Mestranda

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com projeto relacionado aos Estudos de Literatura e Cinema.

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Publicado

2014-07-25

Como Citar

Lisboa, E. (2014). “A obrigação é o tédio” em O Passado e o Presente. Revista Do Sell, 4(2). https://doi.org/10.18554/rs.v4i2.586