ASSOCIAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E DOR EM ADULTOS

Autores

  • DÉBORA EWELYN SCHEIDT Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • CLÓVIS ARLINDO DE SOUSA Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • ERNANI TIARAJU DE SANTA HELENA Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • MARCELO ANDERSON BRACHT Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Resumo

A dor é uma condição de saúde multifatorial e pode promover incapacidade e limitações funcionais, bem como interferir no sono, no nível de atividade física, no humor, entre outros aspectos da qualidade de vida. A atividade física regular apresenta diversos benefícios à saúde, além de possuir um papel importante no manejo da dor. O objetivo do estudo foi identificar a possível associação entre o nível de atividade física e a presença de dor em adultos moradores da cidade de Pomerode, Santa Catarina. Trata-se de um estudo quantitativo transversal, de base populacional (CAAE 42900921.7.0000.5370), com dados provenientes do estudo “Vida e Saúde em Pomerode – SHIP-Brazil” (CAAE 99559118.0.0000.5370). Foi utilizado o questionário de dor adaptado (Epifloripa Idoso, 2009) para a obtenção dos dados referentes a presença de dor. Por sua vez, com o objetivo de quantificar o nível de atividade física moderada e vigorosa (AFMV) com caminhada, empregou-se o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ, versão curta. Participaram do estudo 1755 adultos, com idade entre 20 e 59 anos, de ambos os sexos. Em virtude das perdas e recusas do estudo, foi realizada a ponderação dos casos, a fim de evitar um potencial viés de seleção para o sexo masculino. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas e inferenciais (p<0,05). O sexo feminino apresentou-se mais insuficientemente ativo (19,5%) em relação ao sexo masculino. A maioria dos participantes relatou presença de dor nos últimos 30 dias anteriores a entrevista (63,5%), por mais de 3 horas (62,3%) e de intensidade moderada (68,5%). A dor crônica foi prevalente em 64,5% dos participantes, sendo que 43,7% apresentavam dor há dois anos ou mais e 20,8% há pelo menos seis meses. Além disso, a dor gerou dificuldade para trabalhar em 23,6% dos participantes. Houve associação estatisticamente significante entre a presença de dor e o nível de AFMV com caminhada (p<0,001). Contatou-se que a prevalência de dor na amostra foi alta, em sua maioria crônica, sendo a maior prevalência no sexo feminino. A maior parte da amostra apresentou-se suficientemente ativa, porém, as mulheres apresentam-se mais insuficientemente ativas do que os homens. Dessa forma, conclui-se que pessoas que realizavam maiores níveis de atividade física apresentavam menos dor. Embora não tenha sido estabelecida uma relação causal entre as variáveis, é razoável inferir que a prática de atividade física possa desempenhar um papel protetor contra o desenvolvimento de dor crônica.

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Publicado

2023-09-23

Como Citar

DÉBORA EWELYN SCHEIDT, CLÓVIS ARLINDO DE SOUSA, ERNANI TIARAJU DE SANTA HELENA, & MARCELO ANDERSON BRACHT. (2023). ASSOCIAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E DOR EM ADULTOS. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2546