ADAPTAÇÕES PARA A TELERREABILITAÇÃO DOS FISIOTERAPEUTAS MUSCULOESQUELÉTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO QUALITATIVO

Authors

  • ANA CAROLINA TACCOLINI MANZONI Faculdades de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • LEANDRO FUKUSAWA Faculdades de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • BRUNO TIROTTI SARAGIOTTO Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
  • DIEGO GALACE DE FREITAS Faculdades de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Abstract

Estudos mostram que os benefícios da telerreabilitação são similares aos de um atendimento presencial, como melhora da função e da dor do paciente e contribuindo na educação do paciente. O teleatendimento é muito utilizado na reabilitação de pacientes em condições traumato-ortopédicas porém devemos considerar que uma das principais ferramentas do fisioterapeuta está relacionada a questões do toque, partindo desse ponto não sabemos como o fisioterapeuta brasileiro se adaptou a questões que haviam necessidade de contato físico. Assim, o objetivo deste estudo foi entender as adaptações realizadas pelos fisioterapeutas para os atendimentos remotos e identificar suas percepções sobre a telerreabilitação. Foi realizado um estudo qualitativo, com entrevistas semi-estruturadas sobre os temas: 1.Percepções gerais; 2.Pontos positivos e negativos; 3.Avaliação física; 4.Recursos analgésicos; 5.Prescrição de exercícios e 6. Critérios de alta. As entrevistas foram realizadas de maneira online e os participantes entrevistados deveriam ter realizado tratamento fisioterapêutico de maneira remota com pelo menos 10 pacientes e atender pacientes da área musculoesquelética e/ou esportiva. As entrevistas foram transcritas e foi utilizado o método de análise de conteúdo para analisar os resultados da pesquisa. Foram entrevistados 7 fisioterapeutas com duração média de 30 minutos. Dentro dos resultados, a percepção geral sobre o teleatendimento foi positiva, sendo as mais apontadas a otimização de tempo para o paciente e terapeuta, maior possibilidade do alcance e facilidade geográfica para realizar o atendimento. Apesar de uma das maiores dificuldades citadas ter sido a impossibilidade de realizar a terapia manual como recurso, os fisioterapeutas relataram utilizar outras opções de técnicas analgésicas como termoterapia, automobilização, autoliberação e exercícios aeróbicos, conseguindo atingir desfechos semelhantes ao presencial. Com relação a avaliação, prescrição de exercícios e alta, não foram apontadas dificuldades relevantes e nem grandes alterações, apenas adaptações pontuais, mantendo muito semelhante do que no atendimento presencial. Os fisioterapeutas acreditam que o modelo do teleatendimento ajuda na auto-eficácia, auto-manejo e independência do paciente. Eles citam utilizar muito da sua criatividade e da comunicação efetiva na telerreabilitação. Apesar de todas as dificuldades e adaptações necessárias, eles relataram que o atendimento online não mudou o desfecho dos atendimentos. O atendimento híbrido foi dito como um modelo ideal de tratamento para ser implementado em sua rotina clínica para alguns pacientes. Assim, concluímos que embora existam desafios no uso do teleatendimento, as adaptações realizadas pelos fisioterapeutas musculoesqueléticos nessa modalidade foi percebida como uma alternativa viável e eficaz de tratamento, permitindo a ampliação do alcance dos serviços e a otimização do tempo tanto do paciente quanto do profissional.

Published

2025-01-08

How to Cite

ANA CAROLINA TACCOLINI MANZONI, LEANDRO FUKUSAWA, BRUNO TIROTTI SARAGIOTTO, & DIEGO GALACE DE FREITAS. (2025). ADAPTAÇÕES PARA A TELERREABILITAÇÃO DOS FISIOTERAPEUTAS MUSCULOESQUELÉTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO QUALITATIVO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2397