TELERREABILITAÇÃO VERSUS CARTILHA DE AUTOCUIDADO PARA INCAPACIDADE FUNCIONAL E DOR EM PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA

Authors

  • JULIENE CORRÊA BARBOSA Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • BRUNA VALE DA LUZ Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • BRENO FELIPE PORTAL DA SILVA Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • MAURÍCIO OLIVEIRA MAGALHÃES Universidade Federal do Pará (UFPA)

Abstract

Introdução: A dor cervical se caracteriza como um importante problema de saúde pública mundial que causa incapacidade funcional e problemas socioeconômicos, gerando altos custos na saúde pública. É uma condição incapacitante comum que afeta diretamente a realização de atividades de vida diárias e a participação em atividades profissionais, sociais e esportivas. Os tratamentos baseados em telerreabilitação tem demonstrado sua importância devido à sua facilidade de uso, baixo custo e sua tendência de melhorar os resultados clínicos. No entanto, nas evidências científicas atuais há falta de estudos com boa qualidade metodológica que observam a efetividade da telerreabilitação em indivíduos com dor cervical crônica não específica. Objetivos: Verificar o efeito de um protocolo de telerreabilitação versus cartilha de autocuidado online em indivíduos com dor cervical crônica não específica. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, cego que compara um programa de telerreabilitação para dor cervical com o grupo controle que recebeu uma cartilha de autocuidado online. Setenta pacientes foram recrutados por telefone por meio da lista de espera na clínica escola de uma universidade pública, além de ampla divulgação nas redes sociais. As avaliações foram realizadas antes do tratamento, em 6 semanas e após 3 meses da randomização. Para esse propósito, as avaliações e acompanhamentos foram efetuados de forma totalmente remota, através de plataformas online (Google Meet, mensagens de smartphone) e ligações telefônicas. O desfecho primário foi incapacidade funcional medida pelo questionário Neck Disability Index. Os desfechos secundários foram a intensidade da dor medida usando a escala de avaliação numérica, o efeito global percebido usando a escala de efeito global percebido, a autoeficácia do paciente por meio da Chronic Pain Self Efficacy Scale, qualidade de vida pelo SF-12 e cinesiofobia por meio da Tampa Scale of Kinesiophobia. Os resultados foram submetidos a análise por meio de modelos lineares mistos e p < 0,05 foi considerado significativo. Resultados: Houve diferença entre os grupos para as variáveis incapacidade funcional (Média 10,3, IC 95% 4,8 a 15,7), intensidade de dor (Média 2,8, IC 95% 1,4 a 4,1), efeito global percebido (Média -2.3, IC 95% -3.7 a -0.9) e autoeficácia (Média -24.7, IC 95% -41.0 a -8.4) no período de 6 semanas após a randomização. Houve diferença entre os grupos apenas para as variáveis efeito global percebido (Média -2.0, IC 95% -3.4 a -0.6) e autoeficácia (Média -26.31, IC 95% -42.82 a -9.80) no período de 3 meses após a randomização. Conclusão: O protocolo de telerreabilitação possui efeito significativo na melhora da incapacidade, dor, autoeficácia e efeito global percebido em pacientes com dor cervical crônica não específica, quando comparado com a utilização de uma cartilha de autocuidado digital.

Published

2025-01-08

How to Cite

JULIENE CORRÊA BARBOSA, BRUNA VALE DA LUZ, BRENO FELIPE PORTAL DA SILVA, & MAURÍCIO OLIVEIRA MAGALHÃES. (2025). TELERREABILITAÇÃO VERSUS CARTILHA DE AUTOCUIDADO PARA INCAPACIDADE FUNCIONAL E DOR EM PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2411