Correlação entre dor, catastrofização e afetos em indivíduos com dor persistente

Authors

  • JULIA MARIA DOS SANTOS Universidade Federal de Uberlândia
  • CAUANE PEREIRA MELO Universidade Federal de Uberlândia
  • ANA THAYSA DE PAULO Universidade Federal de Uberlândia
  • LILIAN RAMIRO FELICIO Universidade Federal de Uberlândia

Abstract

Introdução: O conceito sobre dor agrega a si dimensões afetivo-motivacionais que se referem à percepção do indivíduo em relação ao fenômeno doloroso, sendo portanto, um fenômeno individual e subjetivo, e como tal, deve ser avaliada e tratada pelos profissionais da saúde envolvidos em seu manejo. É sabido que aspectos emocionais estão diretamente relacionados com as evoluções positivas ou negativas de um indivíduo dentro de um programa de reabilitação, todavia, ainda não se sabe como isso se processa. Características de enfretamento positivo ou negativo perante as situações da vida do indivíduo, associadas a presença de dor crônica, podem afetar diretamente o sucesso ou fracasso do tratamento. O papel do afeto negativo na dor crônica tem sido muito pesquisado. Quando sentida cronicamente, a dor provoca uma série de comportamentos e afetos negativos, que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo em desenvolver comorbidades, como depressão e/ou outras desordens de humor. De forma geral, a literatura sugere que quando os tratamentos psicossociais destinados a reduzir os índices de afeto negativo tem sucesso, os sintomas relacionados a dor tendem a melhorar. Objetivos: Correlacionar a intensidade da dor com escores de catastrofização e índices de afetos negativos em indivíduos que sofrem com dor persistente. Métodos: Foram avaliados 13 voluntários de ambos os sexos, entre 18 e 60 anos, que sofrem com dor crônica e que responderam ao questionário de catastrofização sobre a dor (PCS), a escala numérica de dor e a escala de afetos positivo e negativo (PANAS). A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e utilizado o coeficiente de correlação de Pearson para análise, sendo considerado nível de significância de 5%. Para descrever a correlação, tomou-se como base o valor absoluto do coeficiente como forte (0,5 ? r < 1), moderado (0,3 < r < 0,5) ou fraco (r< 0,3). Resultados: A análise estatística revelou correlação direta entre a magnitude da dor e a catastrofização sobre a mesma (r = 0,50). A catastrofização sobre a dor também se correlaciona diretamente com os afetos negativos nessa população (r = 0,38). Conclusão: Foi observada uma correlação direta e moderada entre a magnitude da dor, catastrofização sobre a mesma e afetos negativos em uma população que sofre com dor crônica. Colaborar com maior conhecimento e compreensão dos aspectos afetivos-comportamentais interferindo na dor de cada indivíduo pode fornecer subsídios para melhor abordagem ao indivíduo durante o tratamento fisioterapêutico.

Published

2025-01-08

How to Cite

JULIA MARIA DOS SANTOS, CAUANE PEREIRA MELO, ANA THAYSA DE PAULO, & LILIAN RAMIRO FELICIO. (2025). Correlação entre dor, catastrofização e afetos em indivíduos com dor persistente. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2481