CORRELAÇÕES ENTRE MOBILIDADE ARTICULAR SISTÊMICA, FORÇA MUSCULAR E DOR EM JOVENS PRATICANTES DE NATAÇÃO E BALÉ CLÁSSICO

Authors

  • FERNANDO EDUARDO ZIKAN Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • RENAN FERREIRA DA SILVA Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • YASMIN LOURENÇO Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • RAFAEL RAMALHO DOS SANTOS PUGLIESI PORTELLA Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • ANIELLY BASTOS DE JESUS Universidade Federal do Rio de Janeiro

Abstract

Introdução: O balé clássico assim como a natação, requer de seus praticantes grandes amplitudes articulares e movimentos repetitivos na sua performance. Tais aspectos são considerados um risco devido ao tempo de exposição a essas condições, tornando-se frequentes as lesões por “overuse”. Embora não haja um consenso sobre mobilidade, isoladamente, ser um fator de risco, nas duas atividades observa-se que a laxidão e instabilidade articular podem estar associadas à presença de dor. Diante disso, é necessário avaliar individualmente cada praticante a fim de identificar os condicionantes físicos que possam estar relacionados ao agravamento de riscos para lesões musculoesqueléticas. Objetivos: Este estudo tem por objetivo principal apresentar as características osteomioarticulares em relação à mobilidade, força e presença de dor em bailarinos e nadadores e correlacionar a variável dor com mobilidade e força entre os praticantes de balé e natação. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo com bailarinos e nadadores, com idade entre 12 e 20 anos. Para participar da pesquisa era necessário ser praticante da modalidade, por no mínimo dois anos, ter frequência de pelo menos duas vezes na semana e estar entre 12-20 anos de idade. O índice de mobilidade articular foi avaliado a partir do Beighton Score, no qual ? 4 é um preditor para a hipermobilidade articular. A força foi mensurada pelo dinamômetro manual e a presença de dor a partir do autorrelato em questionário específico. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFRJ e todos os participantes deram consentimento para participar da pesquisa. Os dados foram analisados através do programa Excel e as correlações feitas pelo coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Foram avaliados neste trabalho, 15 praticantes de natação e 15 praticantes de balé clássico, com idades de 16 ± 1,92 e 13,3 ± 1,17, IMC 20,34 ± 3,39 e 19,4 ± 1,75, respectivamente. O índice de mobilidade articular do grupo da natação foi de 2,86 ± 3,04 e do balé 5,6 ± 1,95. Já a dor esteve presente em 6 indivíduos na natação e em 4 no balé. Em relação a força, a média foi de 32,81 ± 9,07 para a natação e 20,44 ± 3,66 no balé. Ao correlacionarmos dor e Ìndice de Mobilidade Articular identificamos r= -0,13 no balé e r= -0,10 na natação; a correlação de Dor e Força fora de r= -0,19 no balé e r= +0,05 na natação. Conclusão: Como esperado, observou-se um maior índice de mobilidade articular nos praticantes de balé clássico. Apesar disso, não houve maior prevalência de dor no grupos das bailarinas. No grupo natação, apesar do menor nível de laxidão ligamentar não houve uma correlação com dor. As correlações de mobilidade e dor foram muito fracas para ambos os grupos e as de força e dor foram também fracas mas de maneiras diferentes entre os grupos, numa correlação positiva na natação e negativa no balé. Estas análises e resultados nos confirmam a necessidade de avaliar a dor e seus condicionantes de forma multifatorial.

Published

2025-01-08

How to Cite

FERNANDO EDUARDO ZIKAN, RENAN FERREIRA DA SILVA, YASMIN LOURENÇO, RAFAEL RAMALHO DOS SANTOS PUGLIESI PORTELLA, & ANIELLY BASTOS DE JESUS. (2025). CORRELAÇÕES ENTRE MOBILIDADE ARTICULAR SISTÊMICA, FORÇA MUSCULAR E DOR EM JOVENS PRATICANTES DE NATAÇÃO E BALÉ CLÁSSICO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Retrieved from https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2501