Exercícios físicos supervisionados e não supervisionados em pacientes com osteoartrite de joelho: revisão sistemática e meta-análise
Abstract
Osteoartrite (OA) é uma doença inflamatória e degenerativa que promove destruição da cartilagem articular, sendo a dor um dos principais sintomas. O diagnóstico clínico associado a radiografia simples são as formas mais utilizadas e o tratamento pela equipe multiprofissional envolve perda de peso, aspectos de educação em relação a doença e inclusão de atividade física e exercício. Objetivo foi comparar os efeitos dos exercícios supervisionados e não supervisionados em pacientes com OA de joelho em relação a dor e função. Foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, EMBASE, PEDro e Cochrane. Ensaios clínicos randomizados (ECRs) envolvendo adultos com OA de joelho submetidos a programas de exercícios supervisionados e não supervisionados foram incluídos. O risco de viés foi analisado pela ferramenta risk of bias 2 e a qualidade da evidência foi avaliada usando a metodologia GRADE. A meta análise foi realizada pelas diferenças das médias e a heterogeneidade pela estatística I2. Com relação aos resultados, foram verificados 642 estudos, somente 7 estudos foram incluídos na análise qualitativa e 6 na quantitativa, desses 6 para o desfecho dor e 5 para função. A amostral total foi de 903 pessoas, em sua maioria do sexo feminino, média de idade de 63,05 anos (DP = 4,40). Os protocolos de exercícios variaram entre exercícios de fortalecimento e exercícios aeróbicos. A periodicidade das sessões de exercícios variou entre 2, 3 e 5 vezes na semana, assim como o período da intervenção (6, 8, 9, 12 e 16 semanas), sendo que todos os protocolos demonstraram resultados positivos. No geral o risco de viés foi considerado incerto, o processo de randomização foi considerado eficaz na maioria dos artigos e o cegamento dos participantes foi prejudicado por se tratar de conduta relacionada a exercícios. De acordo com os critérios GRADE, a qualidade da evidência avaliada foi muito baixa para os dois desfechos. O efeito dos tratamentos sobre dor e função foi estimado de -0,67 (IC 95%, -2,09 a 0,74) para dor e de -1,07 (IC 95%, -4,30 a 2,16) para função, a heterogeneidade foi classificada como grande para os dois desfechos. Como conclusão, não foram observadas diferenças significativas entre a realização de exercícios supervisionados e não supervisionados em relação a dor e função do joelho com osteoartrite.