É VÁLIDO APLICAR O MODIFIED STAR EXCURSION BALANCE TEST E O MODIFIED-UPPER QUARTER Y-BALANCE TEST POR VIDEOCHAMADA EM ATLETAS AMADORES?
Resumen
INTRODUÇÃO: Testes de desempenho físico, como o Modified Star Excursion Balance Test (mSEBT) e o Modified-Upper Quarter Y-Balance Test (mUQYBT), são ferramentas de fácil acesso e de baixo custo, frequentemente utilizadas para mensurar as capacidades físicas de atletas. Usualmente, são aplicados presencialmente, com a montagem do teste e a supervisão do atleta feitas por um avaliador. Porém, em situações que demandem a ausência física do avaliador, alternativas válidas para execução desses testes são necessárias, sendo o formato remoto (isto é, por videochamada) uma opção a ser investigada. OBJETIVO: Verificar a validade concorrente do mSEBT e do mUQYBT aplicados por videochamada quando comparados a avaliação presencial. MÉTODOS: Participaram deste estudo 25 atletas amadores saudáveis (15 homens e 10 mulheres, com média de 24,5 ± 8 anos, 71,3 ± 12,6 kg e 1,69 ± 0,1 m), dos quais 21 realizaram ambos os testes e quatro apenas o mSEBT. Foram realizadas duas avaliações para ambos os testes, aleatoriamente selecionadas e supervisionadas pelo mesmo avaliador: uma presencial - montagem e orientações feitas pelo avaliador presencialmente, e outra por videochamada (via Google® Meet) - os atletas receberam materiais instrucionais para a montagem dos testes e foram supervisionados remotamente. Uma fita adesiva demarcou no solo três linhas de alcance, conforme cada teste (direções anterior [A], posteromedial [PM] e posterolateral [PL] para o mSEBT; e direções medial [M], superolateral[SL] e inferolateral[IL] para o mUQYBT). Três recipientes de plástico foram usados para demarcar o alcance final em cada direção. Foram solicitadas três tentativas de alcance em cada direção com apoio no membro inferior/superior dominante (D) e não dominante (ND) e a média foi considerada para análise. O nível de significância foi fixado em 5% e o teste de Pearson ou Spearman foi aplicado conforme a normalidade dos dados (Shapiro-Wilk). A força da correlação foi classificada como fraca (0,00 a 0,25), regular (>0,25 a 0,50), moderada (>0,50 a 0,75) ou forte (>0,75 a 1,00). O software IBM® SPSS 22 foi utilizado. RESULTADOS: As avaliações presencial e remota apresentaram correlações positivas e significativas (p < 0,05) para ambos os testes. No mSEBT, houve correlação de regular a moderada para o alcance A (D: r=0,41; ND: r=0,59, respectivamente) e forte para o alcance PL (D: r=,0,87; ND: r=0,83). Já para o alcance PM, houve correlação de moderada a forte (D: r=0,68; ND: r=0,83, respectivamente). No mQYBT, houve moderada correlação para os alcances IL (D: r= 0,68; ND: r=0,60) e SL (D: r=0,68; ND: 0,72). Para o alcance M, houve de moderada a forte correlação (ND: r= 0,68; D: r=0,81, respectivamente). CONCLUSÃO: A aplicação por videochamada do mQYBT e do mSEBT em atletas amadores mostrou-se válida quando comparada à aplicação no formato presencial. Esses achados preliminares fornecem para clínicos uma nova maneira de uso desses testes quando a avaliação presencial não for possível.