ACOMPANHAMENTO FISIOTERAPÊUTICO E O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RESULTADOS DE UM SURVEY NACIONAL ENTRE 2020 E 2023
Resumen
Introdução: Doença autoimune, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma condição de característica inflamatória crônica, em que pode-se observar comprometimento de múltiplos sistemas do organismo, ocasionando lesões na pele, dor nas articulações e rigidez muscular. A prática de atividade física é uma das estratégias mais eficazes no combate ao LES, pois, juntamente com o tratamento medicamentoso, possibilita a melhora dos sintomas, reduzindo a atividade da doença e proporcionando maior qualidade de vida; sendo fortemente recomendada. Objetivos: Estimar a frequência da assistência fisioterapêutica bem como o nível de atividade física em pacientes com LES, durante a Pandemia de COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo do tipo survey, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFAP (3.287.635). Foram incluídos pacientes com LES, sendo excluídas pessoas menores de 18 anos, ou que apresentavam outros tipos de Lúpus. Os participantes responderam a um questionário online auto aplicável desenvolvido na plataforma especializada em Formulários, com perguntas estruturadas envolvendo seguintes domínios: dados sociodemográficos, acompanhamento profissional e nível de atividade física. Este foi disponibilizado nacionalmente no período de abril de 2020 a 2023. Os dados coletados foram exportados em uma planilha padronizada e posteriormente foi realizada análise estatística dos dados por meio do software JAMOVI (V. 2.3) utilizando-se médias, frequências e porcentagens. Resultados: Foram analisadas 533 respostas de pacientes de 24 Estados brasileiros e mais o Distrito Federal, nas quais os participantes apresentaram uma média de 37,34±10,3 anos de idade. Na análise dos dados relacionados à assistência fisioterapêutica, 89,50% dos entrevistados não realizavam acompanhamento com o fisioterapeuta, enquanto apenas 10,50% eram assistidos por um profissional da área. Sobre a prática de atividade física para o controle dos sintomas sistêmicos, 46,20% (248) dos participantes relataram não realizar nenhum tipo de atividade física, enquanto 53,80% (285) dos pacientes realizavam algum tipo de atividade física para alívio ou redução dos sintomas. Destes últimos, 7,60% (40) realizavam exercícios em casa, 4,90% (26) alongamentos, 11,50% (61) caminhada, 4,90% (26) exercícios na academia, 1,60% (8) yoga/meditação e 23,30% (124) realizam mais de uma modalidade de exercício físico para melhora do quadro clínico e sintomatologia da doença. Conclusão: Os dados obtidos neste estudo demonstram que grande parte dos pacientes com LES no Brasil não realizam acompanhamento fisioterapêutico, assim como quase metade deles não praticavam nenhum tipo de atividade física no período analisado. Este cenário pode interferir diretamente na piora de capacidades funcionais e perda da qualidade de vida destes pacientes.