INTENSIDADE E INTERFERÊNCIA DA DOR NOCICEPTIVA EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON

Autores/as

  • LEYLANNE OLIVEIRA DE SANTANA Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • BEATRIZ MENEZES DE JESUS Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • ANNANDA OLIVEIRA SANTOS Universidade Federal de Sergipe (UFS)
  • JOSIMARI MELO DE SANTANA Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Resumen

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa, crônica e progressiva, na qual ocorre perda de neurônios dopaminérgicos localizados na parte compacta da substância negra, o que gera alterações motoras e não motoras. Dentre as não motoras, destaca-se a dor nociceptiva somática. Entretanto, essa variável pode ser negligenciada devido à crença limitante de associar condição neurológica apenas com dor neuropática. Objetivo: Avaliar dor nociceptiva quanto a intensidade e a interferência da dor em pessoas com DP. Método: Trata-se de um braço de estudo epidemiológico, observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, correspondente ao CAAE: 64807417.6.0000.5546. Todos os participantes frequentaram o Laboratório de Pesquisa em Neurociências (LAPENE) situado na Universidade Federal de Sergipe para assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e realizar a coleta de dados. Foi preenchida uma ficha com dados sociodemográficos, anamnese e o Inventário Breve de Dor (BPI). O BPI é um instrumento multidimensional, o qual avalia a dor por meio de uma escala de zero a dez para graduar duas variáveis: a intensidade da dor que é analisada a dor máxima, média e mínima sentida nas últimas 24 horas e no momento exato da avaliação, e a interferência da dor de acordo com os itens de atividade geral, humor, caminhar, trabalho, relações com outras pessoas, sono e o prazer de viver. Os critérios de inclusão foram: ambos os sexos com diagnóstico de DP; classificação entre 1 e 4 na escala de Hoehn e Yahr; quadro clínico estável e acompanhado por neurologista. Os critérios de exclusão foram: Parkinsonismo; distúrbios psiquiátricos, em uso de fármacos analgésicos, com algum tipo de distúrbio metabólico não controlado. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva através da média e o erro padrão da média. Resultado: Foram obtidos 24 voluntários com DP, sendo seis do sexo feminino com idade média de 62,1±5,6 anos e 18 do sexo masculino com idade média de 58,6±6,4 anos. Os resultados desse estudo expuseram que as áreas com maior prevalência de dor foram: trapézio superior e coluna lombar. Com relação à intensidade da dor, obteve-se uma média de 14,08±2,05 mostrando que os pacientes possuem uma acentuação de leve a moderada nesse quesito, sendo intensidade 10 referida como dor máxima por três pessoas, apenas um participante permaneceu com intensidade 9 em todos os itens, e os demais variaram entre 0 e 8 nas respostas. Já em relação à interferência da dor nas atividades cotidianas, a média foi de 24,84±3,94 e expressaram maior impacto da dor nos quesitos de atividade geral e sono quando comparados aos demais itens. Conclusão: Os achados denotam que as pessoas com DP podem apresentar dor nociceptiva, um fato possivelmente decorrente da alteração da modulação da dor através dos núcleos da base afetando o limiar de dor e tal experiência sensitiva promove repercussão na qualidade de vida desses pacientes.

Publicado

2025-01-08

Cómo citar

LEYLANNE OLIVEIRA DE SANTANA, BEATRIZ MENEZES DE JESUS, ANNANDA OLIVEIRA SANTOS, & JOSIMARI MELO DE SANTANA. (2025). INTENSIDADE E INTERFERÊNCIA DA DOR NOCICEPTIVA EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado a partir de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2423