PREVALÊNCIA DE DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO EM PESSOAS COM IDADE >_ 50 ANOS NA APS E A ASSOCIAÇÃO COM A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Resumen
INTRODUÇÃO: As afecções musculoesqueléticas refletem na funcionalidade e limitam significativamente a
mobilidade, o que contribui para a incapacidade. O envelhecimento e aumento da longevidade populacional
colaboram para o aumento da prevalência de doenças da senescência. A prática de exercício físico regular é
essencial para a prevenção, controle e recuperação dessas condições. A Atenção Primária Saúde (APS) tem
protagonismo no aconselhamento sobre a adesão ao exercício físico. Contudo, a literatura expõe algumas
fragilidades nesse processo, tais como: predomínio da perspectiva biomédica e de responsabilização individual;
demandas do serviço e dificuldades de gerenciamento organizacional. OBJETIVO: Descrever a prevalência de
doenças do sistema musculoesquelético em pessoas com idade >_ 50 anos e a sua associação com a prática de
exercício na APS. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de natureza observacional e prospectiva, com
uma abordagem quantitativa dos dados. Foi realizada em duas Unidades de Saúde da Família do estado de
Sergipe, em um corte temporal de 8 meses no período de 2022 a 2023. A população avaliada era composta por
indivíduos com idade >_ 50 que estavam no serviço de saúde no momento da coleta sem comprometimento
cognitivo provável (CCP) pela 10-CS. Aprovado com o CAAE 60956722.4.0000.0217. RESULTADOS:
Participaram do estudo 80 indivíduos, sendo excluídos 12, dos quais seis foram por CCP, quatro por dados
incompletos e dois por desistência. Dos 68 incluídos, 59 possuíam alguma doença, sendo que 27.9% (19) dos
participantes apresentaram algum diagnóstico de doença musculoesquelética. Neste grupo, a maioria era do
sexo feminino 84.2 (16) e usava medicamentos de uso contínuo 84.2 (16). A média de idade foi de 63.89 e a
mediana de 61, sendo que a idade variou de 50 a 89 anos. A Artrose foi a mais frequente 13,6% (8), seguida de
Osteoporose com 10,2% (6) e Fibromialgia com 5,8 (3). Outras condições apresentadas foram: Reumatismo e
Artrite Reumatóide com 3,4% (2), além de Bursite no ombro, Síndrome do Túnel do Carpo, dor lombar (hérnia
discal) e Osteofitose com 1,7 (1). Dos indivíduos com tal diagnóstico, 63.2% (12) não realizam exercício físico.
Os que realizam exercícios regularmente 36.8% (7), têm como modalidades praticadas: caminhada (a mais
comum), ciclismo e academia. Em relação à frequência, 15,8% (3) praticavam 3x na semana, 10,5% (2)
praticavam 4x na semana, 5,3% (1) 2x na semana e 5,3% (1) 5x na semana. CONCLUSÃO: Identificou-se que
a maioria das pessoas com o diagnóstico de afecções musculoesqueléticas não realizavam nenhum tipo de
exercício físico. Hipotetiza-se que as ações de prevenção e promoção de saúde estão sendo insuficientes para a
adesão das pessoas com diagnóstico de doenças no sistema musculoesquelético. A inserção do fisioterapeuta
nas equipes de Atenção Básica pode ter reflexo positivo na mudança desse panorama. Sugere-se a realização de
estudos que visem entender melhor a causalidade dessa situação.