EFEITOS DE PALMILHAS ADAPTADAS EM CHINELOS EM PACIENTES COM DOR PERSISTENTE NO RETROPÉ. ESTUDO CLÍNICO SHAM-CONTROLADO E ALEATORIZADO

Autores/as

  • MARINA GOMES FAGUNDES Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN)
  • ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
  • GERMANNA DE MEDEIROS BARBOSA Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN)
  • MARCELO CARDOSO DE SOUZA Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN)

Resumen

Introdução: Dor persistente no retropé é uma condição comum na população adulta de meia idade e pode estar relacionada com achados clínicos como a fasciopatia plantar e o esporão de calcâneo. O estado de persistência dos sintomas é prevalente em 10% da população e é muitas vezes incapacitante, afetando a qualidade de vida, a função e aspectos sociais do indivíduo. Devido sua prevalência importante, a dor persistente no retropé tem sido amplamente investigada desde a sua etiologia, diagnóstico, tratamento e administração dos sintomas. O tratamento com palmilhas é recomendado e por ser um recurso prático e confortável, palmilhas adaptadas em chinelos têm sido investigadas para fasciopatia plantar, porém, não são conhecidos os efeitos em indivíduos com dor persistente no retropé. Objetivo: Avaliar o uso de palmilhas adaptadas em chinelos no curto e médio prazo na intensidade da dor matinal, dor ao caminhar ao longo do dia, função do pé e capacidade funcional da caminhada de indivíduos com dor persistente no retropé. Métodos: Estudo clínico duplo-cego, controlado por sham. Os participantes foram aleatorizados em dois grupos: palmilhas adaptadas em chinelos (n=40), produzidas conforme o tipo de pé do participante e chinelos com palmilhas sham (n=40). Os participantes foram avaliados no baseline, em seis e 12 semanas de intervenção e 4 semanas após a intervenção (T16). O desfecho primário foi a dor matinal e ao longo do dia, avaliada pela escala numérica de dor. Os desfechos secundários foram a função do pé pelo Índice de Função do Pé e capacidade funcional pelo Teste de caminhada de 6 minutos. A catastrofização da dor foi avaliada para caracterização da amostra na avaliação inicial. Uma análise de variância com delineamento misto foi utilizada, além da interação entre tempo e grupo. Resultados: Não houve diferenças entre os grupos para intensidade da dor matinal em curto [diferença média (DM) = -0,7 (IC 95% -1,9 a 0,6)] e em médio [DM = 0,01 (IC 95% -1,4 a 1,4)] prazos. Também não houve diferenças entre os grupos nos demais desfechos para ambos os tempos. Com relação à catastrofização da dor, o grupo experimental apresentou média de 28,9 pontos (± 10,3) e no grupo controle 29,9 pontos (± 9,5). Não houve diferença estatística entre os grupos (p=0,6). Conclusão: Palmilhas adaptadas em chinelos não foi superior a chinelos com palmilhas sham para dor matinal, dor ao caminhar ao longo do dia, função e capacidade funcional da caminhada em indivíduos com dor persistente no retropé. Como mensagens clínicas podemos afirmar que utilizar palmilhas adaptadas em chinelos por 12 semanas não melhorou a dor e a função de indivíduos com dor persistente no retropé; chinelos planos (grupo sham) não são contraindicados para indivíduos com dor persistente no retropé e indivíduos com dor persistente no retropé apresentam características de catastrofização da dor.

Publicado

2025-01-08

Cómo citar

MARINA GOMES FAGUNDES, ANDRÉ AUGUSTO MARTINES TEIXEIRA MENDES, GERMANNA DE MEDEIROS BARBOSA, & MARCELO CARDOSO DE SOUZA. (2025). EFEITOS DE PALMILHAS ADAPTADAS EM CHINELOS EM PACIENTES COM DOR PERSISTENTE NO RETROPÉ. ESTUDO CLÍNICO SHAM-CONTROLADO E ALEATORIZADO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado a partir de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2455