AUTOEFICÁCIA E AUTOGERENCIAMENTO: UMA INVESTIGAÇÃO NACIONAL SOBRE A PRÁTICA DE FISIOTERAPEUTAS ATUANTES NA ÁREA MUSCULOESQUELÉTICA

Autores/as

  • CAROLINA MATIELLO SOUZA Universidade de São Paulo (USP)
  • JAQUELINE MARTINS Universidade de São Paulo (USP)
  • ANAMARIA SIRIANI DE OLIVEIRA Universidade de São Paulo (USP)

Resumen

Introdução: Autogerenciamento, mudanças comportamentais e de estilo de vida, e o desenvolvimento de autoeficácia para otimizar os resultados do tratamento fisioterapêutico, são elementos reconhecidos como importantes em abordagens biopsicossociais da dor musculoesquelética. No entanto, existe dúvida se a prática clínica fisioterapêutica no Brasil se alinha as recomendações científicas dessa abordagem. Objetivo: Diagnosticar o conhecimento teórico e a prática clínica de fisioterapeutas atuantes na área musculoesquelética em relação às estratégias de promoção da autoeficácia e autogerenciamento, visando fornecer subsídios para intervenções educacionais futuras. Métodos: Este estudo transversal utilizou um questionário online para coletar dados de fisioterapeutas atuantes na área musculoesquelética no Brasil. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pelo CEP(CAAE: 56551022.6.00005440). O questionário abordou conhecimento, prática clínica e promoção de estratégias de autoeficácia e autogerenciamento. Coletou-se ainda informações sociodemográficas, formação, perfil profissional (tempo de prática, leitura de artigos, possuir curso lato e stricto sensu) e setor de atuação (particular, público ou ambos). A análise descritiva de dados categóricos é apresentada em frequências (porcentagens). Resultados: Participaram do estudo 337 fisioterapeutas em sua maioria do sexo feminino (68,8%) com média de idade de 32,5 anos. A maioria dos participantes possuía curso Lato Sensu (73,9%), mas não formação Stricto Sensu (75,1%), e cerca de 44,2% possuíam menos de 5 anos de experiência. A atuação predominante ocorria no sistema privado de saúde (70,3%). A avaliação da autoeficácia foi considerada importante pelos fisioterapeutas (88,7%) e era realizada na clínica por meio de perguntas simples (92%), em vez do uso de questionários estruturados. Dos fisioterapeutas que promoviam autoeficácia (96,1%), apenas 44,4% utilizavam estratégias específicas, sendo a persuasão verbal (78,9%) a mais comum. As principais dificuldades para promover estratégias de autoeficácia incluíam comunicação, transferência do conhecimento teórico para a prática, adesão e crenças de pacientes. A frequência de leitura sobre autoeficácia foi baixa para maioria (82,5%). As estratégias mais frequentemente utilizadas para suportar o autogerenciamento foram aconselhar (91,7%), acordar (79,5%), assistir (72,7%) e avaliar (62,9%). A maioria dos fisioterapeutas (78,3%) indicou dificuldades para implementar o autogerenciamento na prática, especialmente relacionadas à adesão e às estratégias utilizadas. Conclusão: Embora a avaliação, promoção da autoeficácia e autogerenciamento sejam valorizadas e realizadas pelos fisioterapeutas, sua completa implementação, como estratégia de intervenção, parece enfrentar obstáculos significativos que poderiam ser superados com uma abordagem sistemática e intencional.

Publicado

2025-01-08

Cómo citar

CAROLINA MATIELLO SOUZA, JAQUELINE MARTINS, & ANAMARIA SIRIANI DE OLIVEIRA. (2025). AUTOEFICÁCIA E AUTOGERENCIAMENTO: UMA INVESTIGAÇÃO NACIONAL SOBRE A PRÁTICA DE FISIOTERAPEUTAS ATUANTES NA ÁREA MUSCULOESQUELÉTICA. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado a partir de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2506