VISÃO DE FISIOTERAPEUTAS SOBRE EXERCÍCIO, ADESÃO E EVOLUÇÃO CLÍNICA NA FIBROMIALGIA: ESTUDO QUALITATIVO
Resumen
Introdução: Fibromialgia (FM) é uma condição de dor muscular crônica generalizada. Embora o exercício seja fortemente indicado, desafios são enfrentados na adesão nesta população. Objetivos: I) Geral: compreender a prescrição de exercícios e aspectos da adesão e evolução de pacientes com FM. II) Específicos: a) identificar modalidades e dose do exercício prescritos por fisioterapeutas; b) investigar dificuldades e facilidades para prescrição do exercício; c) analisar estratégias na inserção e adesão do exercício; d) avaliar fatores que influenciam na adesão e evolução no tratamento; e) compreender a percepção sobre autoeficácia e estratégias de modificação. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo fundamentado nos checklists Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research e Standards for Reporting Qualitative Research. As entrevistas foram conduzidas por uma avaliadora com experiência em coleta de dados qualitativos. Integralmente, a entrevista contém um roteiro de 43 perguntas, selecionadas para este estudo 2 seções e 9 perguntas. Na entrevista houve a participação da entrevistadora, participante e observador, com o registro das notas de campo. Para aumentar a confiabilidade da entrevista, foram realizados o teste piloto e análise de consultoria por especialistas. A análise de conteúdo e codificação foram feitas por meio do software MAXQDA 2022, utilizando o método de triangulação dos dados para aumento de confiabilidade e credibilidade. Resultados: Foram avaliados 27 fisioterapeutas. Sete subcategorias na análise de dados foram encontradas. A autoeficácia de pacientes com FM foi descrita como baixa pelos fisioterapeutas. Alguns participantes não souberam descrever ou identificar autoeficácia e fatores de modificação nesses pacientes. Modalidades de exercício prescritas foram exercícios de fortalecimento, aeróbico no solo e aquático, mobilidade, pilates, alongamentos, técnicas de relaxamento e distração. Estratégias como educação do paciente, educação em dor, escuta qualificada, exposição gradativa, supervisão do exercício, ajuste no horário e uso de checklists e recursos de mídia, além do nível de complexidade do exercício foram identificados. As barreiras para o exercício foram intensidade da dor, níveis de catastrofização, experiências anteriores e cinesiofobia. As facilidades foram vínculo afetivo, preferência do paciente e competência do profissional. Fatores familiares, individualidade do atendimento, habilidade e competência do profissional, vínculo terapêutico, contato manual, fatores psicossociais e ocupacionais, experiências prévias foram descritos como influenciadores na adesão e evolução do tratamento. Conclusão: Fisioterapeutas prescrevem exercícios mistos na fibromialgia utilizando estratégias gradativas. Fatores relacionados ao quadro clínico, habilidades e competências do profissional influenciam na adesão e evolução do tratamento fisioterapêutico.