ANÁLISE DO CONTROLE POSTURAL, FORÇA E RECRUTAMENTO MUSCULAR DO QUADRIL E TRONCO DE MULHERES COM E SEM SÍNDROME DA DOR NO GRANDE TROCÂNTER
Resumen
Introdução: A Síndrome da Dor no Grande Trocânter (SDGT) é causa comum de dor lateral no quadril em mulheres de meia-idade ativas. Evidenciam-se alterações de força e recrutamento muscular no quadril, porém não existem resultados sobre a recrutamento muscular do tronco, controle postural ou que relacionem esses achados com a força muscular. Objetivo: Comparar e correlacionar o controle postural, força e recrutamento muscular do quadril e tronco em mulheres com e sem SDGT. Materiais e métodos: A amostra foi composta por 36 mulheres distribuídas em grupo SDGT (GSDGT n=18) e grupo controle (GC n=18). As participantes preencheram o questionário de caracterização da amostra, a Escala Visual Analógica de dor e foram submetidas a avaliação do controle postural estático e dinâmico na plataforma de força EMG System na posição unipodal, da força muscular isométrica por meio do dinamômetro portátil microFET® e do recrutamento muscular com o eletromiógrago EMG System modelo SAS1000 V8, durante a realização dos testes funcionais Prone Bridge Test (PBT) e Supine Bridge Test (SBT). O teste de Shapiro-Wilk estabeleceu a distribuição normal da amostra. Para comparação do controle postural, força muscular e ativação muscular entre os grupos foi estabelecida por meio do teste U de Mann-Whitney, com nível de significância de 5%. Adicionalmente, foi realizado análises de correlações por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman entre as variáveis de força dos músculos do quadril, variáveis de controle postural e ativação muscular nos testes funcionais. O programa de análise estatística utilizado foi o SPSS versão 22.0. Resultados: O controle postural estático apresentou maiores oscilações no GSDGT para área do centro de pressão (p<0,05) e para amplitude médio-lateral (p<0,05). O Controle Postural dinâmico apresentou maiores oscilações no GSDGT para todas as variáveis analisadas (p<0,05). A força de todos os grupos musculares do quadril foi menor no GSDGT (p<0,01). Em relação ao recrutamento muscular, o GSDGT apresentou maior recrutamento do músculo reto abdominal no SBT (p?0,01), e nos músculos reto abdominal e glúteo máximo no controle postural estático (p?0,01). Por fim, as correlações entre força muscular e controle postural, força e recrutamento muscular foram fracas ou insignificantes (r<0,50). Conclusão: O presente estudo encontrou diferenças no controle postural, força muscular e no padrão de recrutamento muscular em mulheres com SDGT durante testes funcionais. Os resultados sugerem a importância da avaliação funcional da força, recrutamento muscular e do controle postural nessas pacientes na avaliação inicial e em reavaliações e para direcionar as condutas de reabilitação e os critérios de alta da fisioterapia. Os padrões diferentes de recrutamento e força encontrados nesse estudo em mulheres com SDGT apontam a importância de direcionar o tratamento visando equilíbrio muscular entre os músculos do quadril e tronco.