TREINAR PRANCHA ABDOMINAL EM AMBIENTE VIRTUAL É MAIS EFETIVO QUE EM AMBIENTE REAL? UM ESTUDO PILOTO
Resumo
Introdução: A força dos músculos centrais do tronco, responsáveis pela estabilização e equilíbrio, quando alterados, impactam negativamente na qualidade de vida, já que, uma vez fracos, podem conduzir a dores e instabilidades. Nesse sentido, torna-se necessário o incentivo ao treinamento dessa variável, e, os recursos lúdicos que aumentam a adesão as práticas físicas surgem como excelentes propostas para reduzir o sedentarismo e estimular a prática de exercícios físicos. Nesse sentido, com o advento da tecnologia na área da saúde, novas estratégias na reabilitação estão surgindo, sendo um dos artifícios em ascensão, a realidade virtual (RV). Objetivo: Avaliar o efeito do treinamento de força dos músculos estabilizadores centrais em ambiente virtual em jovens sedentários em comparação ao treinamento convencional. Métodos: Trata-se de um estudo piloto de um ensaio clínico randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Cesmac, realizado com jovens sedentários. Os participantes foram avaliados, pelo teste de prancha frontal/ventral, com enfoque na contração estática, onde quanto maior o tempo na posição de prancha, entende-se que tenha uma melhor contração e estabilidade da musculatura central do tronco. Após avaliação inicial, os participantes foram então randomizados em dois grupos: o experimental, exercitando o CORE (conjuntos dos músculos centrais) com realidade virtual através do Nintendo Wii e o grupo controle, exercitando-se de forma convencional. Foram realizadas 12 sessões, sendo 2 vezes por semana. Ao final, as avaliações iniciais foram repetidas para fins de comparações. A comparação entre médias independentes se deu por meio de um teste “t”. As diferenças entre as médias dentro de cada grupo foram analisadas por meio de uma ANOVA de medidas repetidas, com post-hoc de Bonferroni. Adotou-se um valor de alfa igual à 5%. Resultados: A amostra do estudo foi composta por doze jovens sedentários entre 18 e 29 anos, sendo 3 no grupo controle e 9 no grupo experimental. Em relação ao teste aplicado antes e após a intervenção, os dados relacionados à força do CORE Os dois grupos apresentaram aumento significativo no teste de prancha no momento pós intervenção. O grupo experimental obteve uma média pré intervenção de 62.35s (±24.59), aumentando para 90.3s, (±30.51) no pós intervenção, apresentando resultado estatisticamente significativo na avaliação intra grupo (p<0,01). Já o grupo controle obteve média de 129.55s (±26.64) aumentando para 212.7s (±48,53) no pós intervenção, também apresentando resultado estatisticamente significativo. Na comparação entre os dois grupos foi encontrada uma diferença significativa (p = 0,04), denotando que o grupo controle teve uma melhora superior. Conclusão: Conclui-se que para a população avaliada, o treinamento de prancha com realidade virtual foi efetivo no entanto, inferior ao convencional, para fortalecimento dos músculos estabilizadores do tronco.