RELAÇÕES ENTRE INTENSIDADE DA DOR LOMBAR E AUTOAVALIAÇÃO DA MOBILIDADE EM MULHERES DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS

Autores

  • M. T. Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
  • M. C. C. C. Meirelles UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
  • S. S. Castro UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
  • I. A. P. Walsh UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
  • J. M. Pinto UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Resumo

INTRODUÇÃO: A dor lombar é uma condição frequente em adultos e idosos reconhecida por comprometer a capacidade de locomoção segura e eficaz. Esse comprometimento, além dos aspectos físico-funcionais, pode refletir na percepção negativa da capacidade de locomoção contribuindo para restrição da participação social e diminuição da qualidade de vida [1,2]. O objetivo foi investigar as relações entre intensidade da dor lombar e mobilidade de mulheres em diferentes faixas etárias.

METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal de base populacional, realizado em 2015, com amostra representativa de 1.557 mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, residentes na área urbana de Uberaba-MG. Dessa amostra foram selecionadas aquelas que relataram dor lombar, totalizando 568 mulheres, agrupadas de acordo com as faixas etárias: 18-40; 41-59 e 60 ou mais. Os dados foram obtidos por meio de autorrelato em entrevistas realizadas em domicílio. A intensidade da dor lombar foi avaliada mediante escala visual analógica, posteriormente numerada com a régua, pontuando de 0 a 10. A mobilidade foi verificada de forma subjetiva mediante item extraído do The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) versão breve, sendo este, o quão bem você é capaz de se locomover? Muito ruim, ruim, mais ou menos, bem ou muito bem. Para cada faixa etária foram realizadas análises descritivas e as comparações entre grupos por meio do teste Kruskal-Wallis e Qui- quadrado, no programa SPSS versão 24, com significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP-UFTM sob parecer nº 2.557.676, CAAE: 81115717.5.0000.5154.

 RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra foi composta por 130 mulheres com idade entre 18 e 40 anos; 235 com idade entre 41 e 59; e, 203 com 60 anos ou mais. A prevalência de avaliação negativa da mobilidade foi 35,4% e a média de intensidade de dor lombar foi 6,5+-2,8. A proporção de mulheres com percepção negativa da mobilidade foi maior na faixa etária mais avançada quando comparada às mais jovens (p<0,001), enquanto a intensidade da dor foi maior entre as mulheres na meia idade, quando comparadas às jovens e idosas (p=0,003). A intensidade da dor lombar foi maior nos grupos com percepção negativa da mobilidade em todas as faixas etárias (p=0,001).

 

Tabela 1. Distribuição das médias, medianas, desvios-padrão e intervalos interquartis da intensidade da dor lombar, de acordo com a autoavaliação da mobilidade.

 

Intensidade da dor lombar

Autoavaliação da mobilidade

M(DP)

Md(AI)

p

Muito ruim

6,9(3,1)

8(10)

<0,001*

Ruim

8,4(1,6)

8,9(7,9)

 

Mais ou menos

7(2,8)

7,9(9,8)

 

Boa

6,3(2,7)

6,5(9,8)

 

Muito boa

5,4(2,9)

5,7(9,8)

 

*Kruskal Wallis; M: média; DP: Desvio-padrão; Md: Mediana; AI: Amplitude interquartil.

 CONCLUSÃO: Dor lombar intensa está relacionada com autoavaliação negativa da mobilidade em mulheres jovens adultas, na meia idade e idosas. A percepção negativa da mobilidade é maior entre as idosas, entretanto, dor mais intensa foi observada no grupo na meia idade. Os resultados apontam caminhos para pesquisas futuras e destacam as mulheres na meia idade e as idosas como grupos prioritários para intervenções relacionadas ao manejo da dor lombar e dos seus impactos na mobilidade.

Downloads

Publicado

2019-05-25