APENAS PESSOAS IDOSAS CAEM?: UM ESTUDO SOBRE A PREVALÊNCIA DO RISCO DE QUEDAS EM INDIVÍDUOS DA COMUNIDADE COM IDADE INFERIOR A 60 ANOS
Resumo
Introdução: As quedas podem provocar grandes problemas de saúde, são uma das principais causas de incapacidade e mortalidade no mundo. Encontram-se vários fatores de riscos para a ocorrência de quedas, tais como idade avançada, sexo feminino, déficit visual, declínio cognitivo e estilo de vida. Os estudos analisam, em sua maioria, a perspectiva de pessoas idosas, contudo, os riscos de quedas não são restritos à essa população, tornando-se necessário a identificação precoce dos riscos de quedas, bem como da queda e sua frequência. Objetivo: Descrever a prevalência de quedas, medo de cair e episódio de quedas em pessoas com idade ?50 e <60 anos, assim como o risco de ocorrência nesses indivíduos. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de natureza observacional e prospectiva, com abordagem quantitativa dos dados. Foi realizada em duas Unidades de Saúde da Família do estado de Sergipe, em um corte temporal de 8 meses. A população avaliada era composta por indivíduos com idade ?50 que estavam no serviço de saúde no momento da coleta sem comprometimento cognitivo provável (CCP) pela 10-CS. O risco de quedas foi avaliado pela Morse Fall Scale traduzida e adaptada para o português. Avaliou-se também o medo de cair, ocorrência, local e quantidade de quedas. Resultados: Participaram do estudo 80 indivíduos, sendo excluídos 52, dos quais 40 tinham idade >60 anos, seis foram por CCP, quatro por dados incompletos e dois por desistência. Foram incluídos 28 indivíduos com idade menor que 60 anos. A média de idade do grupo de interesse desta pesquisa foi de 54.64, mediana 55 e as idades variaram de 50 a 59 anos, além de 75% dos participantes serem mulheres. A maioria dos participantes caiu alguma vez no último ano 53,7%(15), sendo que a maioria caiu apenas no ambiente domiciliar 53,3%(8), 33,3%(5) caíram em casa e na rua, 6,7%(1) caiu em casa, na rua e no ambiente rural e 6,7%(1) caiu apenas no ambiente rural. Dentro de casa os ambientes onde as quedas aconteceram foram quintal, banheiro e quarto. A média de quedas foi de 2.86, a média foi 1, variando de 1 a 8 quedas. A maior parte apresentou medo de cair 75%(21), sendo que 61,9%(13) apresentou muito medo de cair, 33,3%(7) mais ou menos e 4,8%(1) um pouco. Em relação ao risco de quedas, a maioria apresentou risco de cair 60,7%. CAAE 60956722.4.0000.0217. Conclusão: Nota-se que a ocorrência e o risco de quedas não é algo exclusivo de pessoas idosas. Logo, é imprescindível um olhar cauteloso perante essa problemática para evitar danos como o impacto na funcionalidade e gastos para o sistema de saúde e social. Necessita-se de mais estudos direcionados a entender o que está causando as quedas nesses públicos mais jovens, especialmente em mulheres e o que falta nas políticas públicas na prevenção e manejo, haja vista a recorrência. É necessário ações de prevenção e promoção de saúde de quedas no ambiente domiciliar direcionadas, também, a populações com idade <60 anos, assim como uma análise do perfil funcional.