DINÂMICA MUSCULAR DO COMPLEXO DO OMBRO APÓS TRAUMA NA EXTREMIDADE DISTAL DO MEMBRO SUPERIOR

Autores

  • BRENDA THAÍS ALVES CARDOSO Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
  • JOB JOSÉ DE QUEIROZ NETTO Universidade de Uberaba
  • CARLOS DANIEL REZENDE RESTON Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
  • DENISE MARTINELI ROSSI Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
  • LUCIANE FERNANDA RODRIGUES MARTINHO FERNANDES Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Resumo

Introdução: Para executar adequadamente uma tarefa motora, é essencial que haja uma sequência coordenada de todos os segmentos do membro superior. Traumas no segmento distal podem resultar em mudanças nos segmentos adjacentes. Incluindo a escápula, sendo suscetível a alterações que afetam sua posição e movimento. O objetivo deste estudo é avaliar a dinâmica muscular do complexo do ombro de um indivíduo que sofreu uma fratura na extremidade distal do membro superior direito. Métodos: Estudo foi realizado com um homem, de 20 anos e história de tratamento cirúrgico para fratura de rádio e ulna devido a acidente automobilístico ocorrido em dezembro de 2022. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, parecer nº 2.715.11. Para descartar lesões no ombro foi realizado o cluster para síndrome do impacto. Foi avaliada a discinese escapular através de vídeo dos movimentos de flexão e abdução do ombro com uma carga distal de 2kg. Para coleta de dados eletromiográficos foi utilizado o equipamento da marca Delsys (Trigono Wireless Systems). A preparação da pele e colocação dos eletrodos seguiu as recomendações do SENIAM. Eletrodos foram posicionados nos músculos trapézio superior, deltoide fibras médias, trapézio inferior e serrátil anterior. Processamento dos sinais foi realizado no programa Matlab (2015). Foram selecionadas as tarefas de elevação do ombro de 90º e 120º no plano da escápula, sem carga e com a carga de 2kg em ambos os membros e as variáveis eletromiograficas selecionadas foram o tempo inicial de ativação (onset) para identifição do primeiro músculo a ser ativado e root mean square (RMS) para mensurar a amplitude média de ativação muscular. Resultados: A classificação da discinese escapular foi tipo I bilateral, com predominância do lado esquerdo. No membro do lado da fratura (direito), o primeiro músculo a ser ativado, na tarefa sem a carga distal, foi o trapézio superior nas elevações de 90º e 120º e quando adicionada a carga, o trapézio superior foi o primeiro músculo na elevação de 90º e o trapézio superior e deltoide fibras médias, simultaneamente, à 120º. No membro contralateral (esquerdo) o primeiro músculo a ser ativado na elevação à 90º foi o deltoide fibras médias tanto na tarefa sem carga quanto com carga. Porém na elevação à 120º trapézio fibras superiores na tarefa sem carga e trapézio fibras inferiores na tarefa com carga. Ao analisar o RMS observamos que, os músculos do lado direito (lado lesão) foram mais recrutados quando comparados com o lado esquerdo (sem lesão). Do lado direito na elevação sem carga a 90º e 120º o músculo mais recrutado foi o trapézio superior, enquanto que nos movimentos com carga a 90º e 120º o músculo mais recrutado foi o deltóide fibras médias. Conclusão: Nossos resultados sugerem que há uma diferença no padrão do movimento entre lado da fratura e o lado contralateral, tanto em relação aos músculos que iniciam os movimentos quanto ao recrutamento muscular.

Biografia do Autor

LUCIANE FERNANDA RODRIGUES MARTINHO FERNANDES, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Departamento de Fisioterapia aplicada. Disciplinas de Biomecânica, Biofísica, Fisioterapia ortopedica.

Publicado

2025-01-08

Como Citar

BRENDA THAÍS ALVES CARDOSO, JOB JOSÉ DE QUEIROZ NETTO, CARLOS DANIEL REZENDE RESTON, DENISE MARTINELI ROSSI, & LUCIANE FERNANDA RODRIGUES MARTINHO FERNANDES. (2025). DINÂMICA MUSCULAR DO COMPLEXO DO OMBRO APÓS TRAUMA NA EXTREMIDADE DISTAL DO MEMBRO SUPERIOR. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2432