EFEITO DO FORTALECIMENTO DO 1º INTERÓSSEO DORSAL NO QUADRO CLÍNICO DE INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE CARPOMETACARPAL
Resumo
Introdução: O polegar é considerado o dedo mais importante da mão devido ao seu papel fundamental na função desta. Desta forma, condições de saúde que acometem as articulações do polegar estão diretamente relacionadas a disfunções da mão. Neste contexto, destaca-se a osteoartrite (OA) carpormetacarpal (CMC) do polegar, doença crônica e degenerativa, que acomete principalmente mulheres. Um dos principais sinais clínicos da doença é a fraqueza muscular relacionada aos movimentos de preensão e pinça, culminando em prejuízo funcional, sobretudo em atividades do cotidiano, tais como abrir pote de vidro, garrafas de suco, entre outras atividades, que passam a ser realizadas com dor e dificuldade. Objetivos: Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia de um protocolo de exercícios com foco no fortalecimento do 1ª interósseo dorsal (ID) na dor, funcionalidade e força de preensão e pinça em indivíduos com OA na base do polegar, comparado a um protocolo com exercícios padrões. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado, controlado, cego com indivíduos acima de 40 anos, de ambos os sexos e diagnóstico clínico e/ou radiográfico de OA CMC. Estes foram randomizados para o grupo intervenção (GI), que realizou exercícios de fortalecimento para o 1º ID, ou para o grupo controle (GC), que realizou exercícios tradicionais da literatura. Os dois protocolos foram aplicados seguindo o método shaping. O tratamento teve duração de seis semanas, com sessões presenciais 3x/semana em dias não consecutivos. Os indivíduos foram avaliados pré e pós- intervenção para os níveis de dor e função da mãos por meio do questionário Australian/Canadian Hand Osteoarthritis Index e força de preensão palmar e os três tipos de pinça (trípode, polpa-polpa e lateral) por meio de um dinamômetro hidráulico. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. Para cada variável do estudo foi calculado o delta de mudança (valor final – valor inicial) para verificar os efeitos do tratamento em cada grupo, além de representar esta mudança em porcentagem. Resultados: Foram avaliados 7 indivíduos, sendo GI = 4 (56 anos) e GC = 3 (63 anos). De maneira geral, houve melhora dos níveis de dor (redução de 60% no GI e 44,45% no GC), melhora da função da mão (46,16 no GI e 44% no GC), aumento de 4,91 na força de preensão apenas no GI e aumento da força nos três tipos de pinça, com destaque para a pinça trípode no GI (aumento de 51,48%) e pinça polpa-polpa no GC (aumento de 77,35%). Com os resultados, é possível observar que ambos os protocolos são benéficos para o quadro clínico de indivíduos com OA CMC. Conclusão: Podemos concluir que o fortalecimento do músculo 1º ID teve impacto positivo para redução da dor, melhora da funcionalidade da mão e aumento da força de preensão e pinça em indivíduos com OA CMC.