AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DE IDOSOS EM REALIDADE VIRTUAL E ESCALAS FUNCIONAIS: ESTUDO DE CONCORDÂNCIA DIAGNÓSTICA
Resumo
INTRODUÇÃO: Com o advento da tecnologia, vários métodos diagnósticos têm sido incorporados à prática clínica, especialmente aqueles relacionados a mensuração do equilíbrio em idosos. Nesse sentido, para que tenham respaldo científico, torna-se relevante a implementação de pesquisas de concordância diagnóstica entre esses dispositivos e escalas funcionais já validadas. OBJETIVO: Verificar a concordância diagnóstica entre a avaliação da estabilidade mensurada pela variação do centro de gravidade numa plataforma de realidade virtual e escalas funcionais de avaliação do equilíbrio corporal em idosos. MÉTODO: Tratou-se de um estudo experimental, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CESMAC. Foram incluídos idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, e excluídos indivíduos com amputações, distúrbios motores ou déficit cognitivo. O equilíbrio foi avaliado através de escalas que avaliaram mobilidade (Timed Up and Go - TUG) alcance anterior (Teste de alcance funcional - TAF) e equilíbrio dinâmico (TINETTI). A mensuração da estabilidade foi analisada em postura estática, a partir da variação do centro de gravidade na Plataforma Wii Balance Board, que gerava o resultado da estabilidade em percentual. Após essa avaliação inicial, os idosos foram submetidos a uma intervenção com um protocolo de equilíbrio implementado com jogos do Nintendo Wii, realizadas em 20 sessões, 2 vezes por semana. Ao final, os participantes passaram pela mesma bateria avaliativa. Os resultados foram dicotomizados em categorias (com risco e sem risco de quedas) e a análise estatística para concordância diagnóstica foi implementada através do coeficiente de Kappa. Resultados: Vinte e um idosos foram avaliados (15 mulheres e 6 homens). Na avaliação inicial, foi identificado alteração do equilíbrio pela escala de Tinetti (17,0 ± 3,0), TAF (10,23 ± 6,01), e TUG (21,19 ± 7,62). A estabilidade avaliada pela oscilação do centro de gravidade na Plataforma do Wii revelou uma média de 22% ± 2,35. Na reavaliação, foi verificado incremento no equilíbrio corporal verificado pela melhora na escala de Tinetti (24 ± 2,84), TAF (20,54 ± 6,99), e TUG (12,63 ± 5,64) e a avaliação na Plataforma também evidenciou melhora (54,36% ± 4,65). Na avaliação estatística inferencial, para o momento pré-intervenção, houve boa concordância diagnóstica entre a estabilidade (oscilação do centro de massa) avaliada na Plataforma e os resultados da escala de Tinetti (Kappa = 0,45; P < 0,02); TAF (Kappa = 0,56; P < 0,01); e TUG (Kappa = 0,25; P < 0,03). A mesma significância estatística foi encontrada no pós-intervenção entre a avaliação na plataforma e escala de Tinetti (Kappa = 0,51; P < 0,01); TAF (Kappa = 0,53; P < 0,02) E TUG (Kappa = 0,27; P < 0,02). Conclusão: Houve uma boa concordância diagnóstica entre a mensuração da estabilidade através da variação do centro de gravidade na plataforma de realidade virtual e os resultados das escalas funcionais de avaliação do equilíbrio e risco de quedas em idosos.