ANÁLISE DA ÁREA DE OSCILAÇÃO GERAL DO EQUILÍBRIO DE DIABÉTICOS AMPUTADOS DE ANTEPÉ E MEDIOPÉ
Resumo
INTRODUÇÃO: As amputações a nível de mediopé e antepé são mais frequentes em pacientes com diabetes mellitus (DM) e a neuropatía periférica diabética (NPD). A literatura mostra que esses níveis de amputação causam maiores complicações funcionais para o paciente devido a própria NPD e a deformidades estruturais não corrigidas, o que influencia de forma negativa no equilíbrio e funcionalidade. OBJETIVOS: Avaliar o equilíbrio semiestático de pacientes amputados a nível de antepé e mediopé. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal do Amapá (5.336.093). Critérios de inclusão: voluntários de ambos os sexos, com idade maior de 18 anos; amputados a nível de antepé e médiopé por DM e NPD. Critérios de exclusão: desordens neurológicas de outras comorbidades. 22 voluntários participaram deste estudo e foram divididos em 2 grupos: Grupo 1- G1,com diagnóstico de DM amputados de antepé e mediopé (n=11); e Grupo 2- G2, sem DM e sem amputação (n=11). As avaliações do equilíbrio foram feitas com o CvMob em 4 diferentes posições: superfície firme e olhos abertos (SEOA); superfície firme e olhos fechados (SEOF); superfície instável e olhos abertos (SIOA); e superfície instável e olhos fechados (SIOF); por 30s em cada posição, avaliadas 3 vezes, e coletado a área de oscilação geral (AOG). A normalidade dos dados foi verificada através do Teste de Shapiro-Wilk e para os dados normais foi utilizado o Teste T de Student de amostras independentes e para os dados anormais teste de Mann-Whitney, utilizando-se um intervalo de confiança (IC) de 95%. A estatística foi realizada com o Software Jamovi (Versão 2.2). RESULTADOS: O G1 apresentou idade de 51,2 ±12,1, e o G2 apresentou idade de 41,6±6,8. Quanto ao gênero, cada grupo apresentou 7 homens e 4 mulheres. Em relação ao nível da amputação no G1 cerca de 90,9% era do tipo metatarsofalangeana e 9,1 % do tipo Lisfranc. Referente a análise do equilíbrio, o G1 apresentou maior AOG em todas as posições avaliadas quando comparada com o G2, com diferença estatisticamente significante entre os grupos para todas as posições (SEOA (p=0,016), SEOF (p=0,001), SIOA (p=0,02) e SIOF (p=0,029)). CONCLUSÃO: Diante dos resultados encontrados, é possível identificar que os pacientes amputados com DM e NPD diante das alterações de equilíbrio podem apresentar maior risco de quedas, o que junto com as alterações estruturais podem comprometer ainda mais a funcionalidade e reduzir qualidade de vida desses pacientes.