RESTRIÇÃO DE FLUXO SANGUÍNEO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DE VIESES DE RELATO DE DESFECHO

Autores

  • ÉRICK AUGUSTO PUREZA TEIXEIRA Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • ROGER ANDREY CARVALHO JARDIM Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • TAMARA SILVA DE SOUSA Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • AREOLINO PENA MATOS Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
  • NATALIA CAMARGO RODRIGUES IOSIMUTA Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Resumo

Introdução: A restrição de fluxo sanguíneo (RFS) é uma técnica que visa reduzir o curso do sangue em vasos e artérias do corpo durante a realização de um exercício. Os ensaios clínicos (EC) são guias de suma importância para verificar as intervenções com essa técnica. Assim, faz-se necessário avaliar se os relatos de desfecho desses estudos possuem viés, que comprometem a qualidade das evidências existentes. Objetivos: Este estudo visa avaliar os vieses nos relatos de desfechos em ensaios clínicos (EC) cujo tema é a restrição de fluxo sanguíneo (RFS) para reabilitação musculoesquelética. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo revisão sistemática. Realizou-se buscas independentes por dois revisores de estudos indexados à Medline, SPORTDiscus, Central, LILACS, CINAHL, Embase, J-STAGE e PEDro, além de fontes de literatura cinzenta e nas referências bibliográficas dos estudos incluídos na revisão, totalizando 43 estudos selecionados. Considerou-se elegíveis ensaios clínicos com grupo paralelo que testaram a eficácia ou segurança do treinamento com RFS em indivíduos com idade igual, ou maior a 18 anos, por no mínimo três semanas. A escala PEDro foi utilizada para avaliar o risco de viés. Foram utilizadas as pontuações na plataforma (pedro.org.au). Nos casos indisponíveis, a escala PEDro foi aplicada por dois autores independentes. Para pontuações discordantes, um terceiro juiz decidiu o resultado. Os ensaios com uma pontuação ?6 foram considerados como "baixo risco" de viés. Ensaios com uma pontuação <6 foram considerados como "alto risco" de viés. Para a realização da coleta dos dados, foram consultadas as baixas de registros dos estudos onde comparou-se as descrições, de desfechos, presentes nos protocolos com a versão final pertencente aos estudos para identificar as divergências entre os desfechos. Resultados: Foram analisados 43 estudos do tipo ensaio clínico. Desses estudos, 32,55% possuem protocolo registrado, enquanto que 20,93% não possuem protocolo registrado ou identificado nas pesquisas. 11,62% desses estudos publicaram o protocolo após o início do estudo. Além disso, 25,58% dos estudos possuem desfechos divergentes entre o protocolo e a publicação. Entre esses desfechos divergentes encontrados, 61,01% correspondem ao total de desfechos que estavam somente no protocolo, enquanto 38,98% correspondem ao total de desfechos relatados apenas nos estudos. Conclusão: este estudo constatou que um número considerável de ensaios clínicos (EC) possuem viés de desfecho, alguns não apresentam protocolo registrado, enquanto outros iniciaram o estudo previamente ao registro do protocolo. Esses fatores comprometem a qualidade do estudo refletindo diretamente nos resultados obtidos relacionados a técnica de restrição de fluxo sanguíneo.

Publicado

2025-01-08

Como Citar

ÉRICK AUGUSTO PUREZA TEIXEIRA, ROGER ANDREY CARVALHO JARDIM, TAMARA SILVA DE SOUSA, AREOLINO PENA MATOS, & NATALIA CAMARGO RODRIGUES IOSIMUTA. (2025). RESTRIÇÃO DE FLUXO SANGUÍNEO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DE VIESES DE RELATO DE DESFECHO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 4(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2530