AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DINÂMICO EM INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO: UM ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma condição crônica que afeta a funcionalidade, especialmente em idosos, sendo o equilíbrio uma das capacidades mais prejudicadas. O comprometimento do equilíbrio dinâmico pode aumentar o risco de quedas e limitar a mobilidade. Apesar de o Y Balance Test ser amplamente utilizado para avaliar equilíbrio, instabilidade e propriocepção em atletas, surge a dúvida se indivíduos não atletas com OAJ poderiam utilizar esse teste como forma de identificação e apresentação de parâmetros para esse público. OBJETIVOS: Avaliar o equilíbrio dinâmico de mulheres com OAJ por meio do Y Balance Test. MÉTODOS: Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA/UFRN), sob número de registro CAAE: 78013724.0.0000.5568. Foi desenvolvido na Clínica Escola de Fisioterapia FACISA/UFRN, na cidade de Santa Cruz-RN. Participaram do estudo mulheres diagnosticadas com OAJ, com idade igual ou superior a 45 anos, que apresentavam dor maior ou igual a três na Escala Visual Analógica (EVA) e que não estavam em tratamento fisioterapêutico por no mínimo 60 dias. Foi utilizado o Y Balance Test para avaliar esse público, em que foi considerada a medida composta deste teste, que consiste na soma das três maiores distâncias em cada direção, dividida pelo comprimento do membro inferior multiplicado por três, e em seguida multiplicado por 100. Os resultados foram descritivos, com uso de média e desvio padrão (DP) para as variáveis. RESULTADOS: Participaram do estudo 35 mulheres com OAJ, porém apenas 17 conseguiram realizar os testes propostos neste estudo. A média e DP de idade foi 62 (± 7,98) anos e EVA 5 (± 2,77), respectivamente. Os valores de média e DP encontrados para o Y Balance Test na avaliação composta para o membro direito foi de 80 (± 20,9) e no esquerdo foi 81 (± 20,82). Esses valores apresentaram-se semelhantes aos resultados de estudos anteriores. A capacidade física, o Índice de Massa Corporal, atuação do quadríceps, força de glúteo médio e isquiotibiais, instabilidade de tornozelo e saúde mental parecem ter forte influência no desempenho do teste. CONCLUSÕES: Embora não tenha tido um ponto de corte com parâmetros para a OAJ, foram encontrados resultados semelhantes aos de estudos anteriores. Portanto, o presente estudo sugere que a aplicação do Y Balance Test em indivíduos com OAJ pode ser uma ferramenta útil para avaliação e intervenção na Fisioterapia, considerando, fatores que podem influenciar a dificuldade do teste. IMPLICAÇÕES: O Y Balance Test mostra-se uma ferramenta clínica viável para avaliação do equilíbrio dinâmico em indivíduos com OAJ, mesmo fora do contexto esportivo. A capacidade de mensurar o desempenho funcional e identificar déficits relacionados ao equilíbrio e à propriocepção pode auxiliar o fisioterapeuta na elaboração de intervenções mais específicas e individualizadas. A aplicação do Y Balance Test pode ainda servir como parâmetro de progresso terapêutico e de resposta ao tratamento, ampliando as possibilidades de avaliação funcional na prática clínica fisioterapêutica, além de apoiar futuras diretrizes em saúde.