ATUALIZAÇÕES EM DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULAR NA GESTAÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A disfunção temporomandibular (DTM), é ocasionada por sintomatologia de dor, estalos e dificuldades na mastigação, ela ocorre por frouxidão ligamentar, tensionamento dos músculos, por situações de má formação ortognática e/ou traumas na região. Alguns estudos teorizam que gestantes têm maior chance de ter DTM, por alterações hormonais, e apesar de existir a literatura sobre o assunto, é pouco específica e aprofundada. OBJETIVOS: Assim, o objetivo principal é revisar a literatura científica disponível sobre os fatores associados à disfunção temporomandibular em gestantes, com ênfase nas influências hormonais, biomecânicas e psicossociais que possam justificar sua prevalência durante a gestação. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura. A busca de artigos foi conduzida nas bases de dados eletrônicas Medical Literature Analysis and Retrieval System Online(PubMed), Scientific Electronic Library Online(SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS). Utilizou-se os descritores em português "Disfunção temporomandibular" AND "gestantes" OR "gestação" OR "gravidez" e seus equivalentes em inglês. Foi considerado artigos publicados em idioma portugês e inglês, que contemplassem a questão de pesquisa em seu título e resumo, e que posteriormente, foram avaliados em detalhes. A busca totalizou em 29 artigos, que após critério de inclusão, gerou 13 artigos para análise minuciosa. Foram incluídos 3 artigos de revisão, 7 práticos clínicos, 1 epidemiológico e 2 de estudo de caso. RESULTADOS: Vários fatores foram elencados, entre eles o biomecânico, a sobrecarga postural durante a gestação, aliada à frouxidão ligamentar, que pode alterar o padrão de oclusão e sobrecarregar os músculos mastigatórios. Também aspectos emocionais, como ansiedade e estresse comumente intensificados durante a gestação também foram associados à exacerbação de sintomas de DTM, como dor e estalos articulares. E por fim a presença de receptores de estrogênio nas articulações e o efeito de hormônios como relaxina e estrogênio na remodelação tecidual e na frouxidão articular sustentam possíveis associações. CONCLUSÕES: Apesar desses achados, a literatura ainda é escassa e pouco específica quanto à relação direta entre gestação e DTM. A maioria dos estudos encontrados foi de natureza observacional, com limitações metodológicas, amostras pequenas ou foco indireto no tema. Apenas três revisões abordaram a temática de forma mais abrangente, reforçando a necessidade de pesquisas com maior rigor científico. IMPLICAÇÕES: Na fisioterapia, os achados desta revisão podem subsidiar a elaboração de protocolos clínicos mais específicos e seguros para o manejo da DTM em gestantes, considerando as particularidades hormonais e biomecânicas desse período.