FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA AUTORRELATADAS EM PACIENTES VÍTIMAS DE TRAUMAS ORTOPÉDICOS NOS MEMBROS SUPERIORES

Autores

  • SABRINA MOREIRA FIGUEIREDO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (FMRP)
  • ALESSANDRA CRISTINA RAMOS DE LIMA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (FMRP)
  • RAQUEL METZKER MENDES SUGANO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (FMRP)
  • ALINE MIRANDA FERREIRA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (FMRP)
  • MARISA DE CÁSSIA REGISTRO FONSECA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (FMRP)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: Traumas ortopédicos nos membros superiores (MMSS) podem gerar prejuízos funcionais, emocionais e comprometer a participação social dos pacientes acometidos. Avaliar o impacto do trauma e de fatores contextuais, como os psicossociais, na funcionalidade e qualidade de vida pode auxiliar no melhor planejamento do tratamento fisioterapêutico dos pacientes acometidos. OBJETIVOS: Avaliar o perfil epidemiológico, a funcionalidade e a qualidade de vida autorrelatadas em pacientes vítimas de traumas ortopédicos nos membros superiores. MÉTODOS: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 76144223.4.0000.5440), incluiu pacientes maiores de 18 anos, com histórico de trauma ortopédico nos MMSS e que tivessem recebido orientações para mobilização do membro acometido há pelo menos uma semana. Foram coletados dados sociodemográficos e dos questionários de autorrelato: QuickDASH-Br, SF-12 (domínios físico e mental), Escala Tampa para Cinesiofobia. RESULTADOS: A amostra foi composta por 50 pacientes, sendo  66% (n=33) do sexo masculino, com 39 anos (DP 13,8) em média. Em relação à escolaridade, 56% (n=28) a maior parte possuía ensino médio ou superior completos e 44% (n=22) eram solteiros; 92% (n=46) eram destros e sofreram lesão do membro dominante (52%; n=26). A avaliação ocorreu em média, 69 dias pós trauma; fraturas foram os traumas prevalentes (88%; n=44), seguidas por luxações  (18%; n=9); com 42% (n=21) acometendo o rádio e 32% (n=16) o úmero. Acidentes de trânsito representaram 50% dos casos (n=25) e quedas da própria altura, 24% (n=12).  A maior parte dos pacientes (86%; n=43) foi submetida a tratamentos cirúrgicos e 62% (n=31) não realizava tratamento fisioterapêutico supervisionado no momento da avaliação. Os demais pacientes estavam, em média, há 41 dias em tratamento supervisionado, com 47,3% deles (n=9) vinculados a serviço especializado de reabilitação; 62% (n=31) estavam afastados do trabalho. A pontuação média obtida pelos pacientes no QuickDASH foi de 45,7 pontos (DP 17,34), podendo indicar presença de incapacidade funcional moderada para os MMSS; para o SF-12, domínio físico, a média foi de 39,9 pontos (DP 8,3) e domínio mental 48,8 pontos (DP 12,7), sendo pontuações abaixo de 50, em cada domínio, sugestivas de pior qualidade de vida autorrelatada. Na escala Tampa observou-se pontuação média de 39,9 pontos (DP 6,7), sendo aquelas acima de 37, indicativas de alto grau de cinesiofobia, podendo acarretar piores desfechos em saúde. CONCLUSÕES: Pacientes com traumas ortopédicos em membros superiores apresentaram prejuízos funcionais importantes, com redução da qualidade de vida e níveis elevados de cinesiofobia, em fase ainda considerada recente do pós-trauma. A ausência de acompanhamento fisioterapêutico supervisionado foi notável nesses pacientes e pode ter contribuído com os desfechos avaliados. Este estudo sinaliza, portanto, a necessidade de investigações futuras sobre o tema. IMPLICAÇÕES: Os dados reforçam a necessidade de novos estudos, direcionados à interação entre estratégias de encaminhamento, adesão à reabilitação, tratamento supervisionado, educação em dor e exposição gradual precoce ao movimento com desfechos de funcionalidade autorrelatada após traumas ortopédicos nos membros superiores.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

MOREIRA FIGUEIREDO, S., CRISTINA RAMOS DE LIMA, A., METZKER MENDES SUGANO, R., MIRANDA FERREIRA, A., & DE CÁSSIA REGISTRO FONSECA, M. (2025). FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA AUTORRELATADAS EM PACIENTES VÍTIMAS DE TRAUMAS ORTOPÉDICOS NOS MEMBROS SUPERIORES. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2617