Capacidade Funcional e Propriedades de Medida de Testes Funcionais em Mulheres com Síndrome da Dor no Grande Trocanter

Autores

  • JÚLIA REZENDE SCHEIDEGGER UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)
  • LARYSSA OLIVEIRA SILVA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)
  • JEFFERSON ROSA CARDOSO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)
  • CHRISTIANE DE SOUZA GUERINO MACEDO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A síndrome da dor do grande trocânter (SDGT) é caracterizada por dor persistente na região lateral do quadril, e pode ser estender pela coxa. Afeta significativamente a capacidade funcional e a qualidade de vida principalmente em mulheres, que necessitam de atenção em Fisioterapia Traumato-Ortopédica. Os testes funcionais mensuram a capacidade funcional, mas sua validade, confiabilidade e capacidade de discriminar a SDGT ainda não foram devidamente estabelecidas, o que compromete a precisão clínica na avaliação e tratamento OBJETIVOS: Comparar a capacidade funcional, estabelecer as propriedades de medidas de testes funcionais e identificar o melhor teste para discriminar mulheres com e sem síndrome da dor do grande trocânter.  MÉTODOS: Estudo transversal, aprovado por comitê de ética CEP 5.618.953. Foram avaliadas 46 mulheres, de 35 a 60 anos, com e sem SDGT. Estas foram divididas em dois grupos: com SDGT e assintomáticas, ambos com 23 participantes. No primeiro dia, as participantes responderam ao Victorian Institute of Sports Assessment for Gluteal Tendinopathy (VISA-G) e dois avaliadores mensuraram a força muscular do quadríceps e do complexo póstero-lateral do quadril, além do desempenho em quatro testes funcionais: teste de sentar e levantar em 30 segundos, teste de subida de escada, teste de descida de escada e Timed Up and Go. No segundo dia, o avaliador 1 repetiu a avaliação. A confiabilidade intra e interavaliador foi analisada pelo coeficiente de correlação intraclasse. A validade foi testada pela correlação entre os testes funcionais, o questionário VISA-G e a força muscular pelo coeficiente de Spearman. A análise discriminante foi utilizada para identificar os testes que melhor distinguiram os grupos. RESULTADOS: Mulheres com SDGT apresentaram pior desempenho funcional, com diferenças significativas nos escores do VISA-G (p<0,001), teste de subida de escada (p=0,009), teste de descida de escada (p=0,033) e Timed Up and Go Test (p=0,039). A confiabilidade intraexaminador variou de moderada a excelente, e a interexaminador de boa a excelente. A validade dos testes funcionais não pôde ser estabelecida. Apenas os testes de subida de escada e Timed Up and Go foram capazes de discriminar os grupos. CONCLUSÕES: Mulheres com SDGT apresentam pior capacidade funcional. Os testes funcionais utilizados são confiáveis, mas não válidos. O teste de descida de escada e o Timed Up and Go são os mais indicados para discriminar mulheres com e sem síndrome da dor do grande trocânter. IMPLICAÇÕES: A identificação de testes confiáveis e discriminativos contribui para uma avaliação clínica mais precisa na Fisioterapia Traumato-Ortopédica. A adoção do teste de descida de escada e o Timed Up and Go pode otimizar a triagem e o planejamento terapêutico de mulheres com síndrome da dor do grande trocânter na prática clínica.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

REZENDE SCHEIDEGGER, J., OLIVEIRA SILVA, L., ROSA CARDOSO, J., & DE SOUZA GUERINO MACEDO, C. (2025). Capacidade Funcional e Propriedades de Medida de Testes Funcionais em Mulheres com Síndrome da Dor no Grande Trocanter. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2626