Correlação entre Cinesiofobia e Incapacidade Funcional em Indivíduos com Dor Lombar Crônica Submetidos a Diferentes Protocolos de Exercício Físico

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A dor lombar crônica é uma condição prevalente e debilitante, que afeta significativamente a qualidade de vida e gera elevados custos econômicos. A cinesiofobia, definida como o medo do movimento, e a incapacidade funcional, que reflete o impacto da dor nas atividades diárias, são queixas frequentes em pacientes com dor lombar e acredita-se que podem estar associadas, podendo afetar a adesão e os resultados do tratamento. A dor lombar crônica é uma condição prevalente e debilitante, que afeta significativamente a qualidade de vida e gera elevados custos econômicos. A cinesiofobia, definida como o medo do movimento, e a incapacidade funcional, que reflete o impacto da dor nas atividades diárias, são queixas frequentes em pacientes com dor lombar e acredita-se que podem estar associadas, podendo afetar a adesão e os resultados do tratamento.  OBJETIVOS: O estudo visou investigar a associação entre cinesiofobia e incapacidade funcional em indivíduos com dor lombar crônica, bem como comparar o efeito de dois protocolos de exercício físico sobre essas variáveis. MÉTODOS: Trata-se de um estudo derivado de um ensaio clínico randomizado, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFPA, CAAE (69707223.7.0000.0018). Quarenta participantes com dor lombar crônica não específica foram alocados aleatoriamente nos 2 grupos: ER/EA (exercício resistido = 8 exercícios + aeróbico=20 minutos) ou ER (exercício resistido = 8 exercícios) e submetidos a 12 sessões de tratamento, com 2 sessões a cada semana. Os desfechos analisados foram: Cinesiofobia (Escala Tampa de Cinesiofobia) e Incapacidade Funcional (Questionário de Incapacidade Roland Morris), onde as avaliações ocorreram pré e pós tratamento. Para avaliar a efetividade dos protocolos, calculou-se a diferença (delta) entre os escores pré e pós-intervenção, sendo testada a normalidade pelo teste Shapiro–Wilk. As médias de delta_Cinesiofobia e delta_Incapacidade entre os grupos ER/EA e ER foram comparadas por meio de teste t para amostras independentes. Para quantificar o tamanho do efeito, calculou-se o d de Cohen. Realizou-se correlação de Pearson entre cinesiofobia e incapacidade funcional no pós-intervenção, por grupo. RESULTADOS: Não houve diferença significativa na melhora da cinesiofobia (delta M=5,20 vs. 3,70; t(38)=0,83, p=0,41; d=0,26) nem da incapacidade funcional (delta M=6,35 vs. 4,35; t (38)=1,16, p=0,25; d=0,37) entre o protocolo ER e o protocolo ER/EA. Em ambos os grupos, observou-se correlação moderada e significativa entre cinesiofobia e incapacidade após intervenção (ER/EA: p=0,564, p=0,010; ER: p=0,555, p=0,011), indicando que maior medo de movimento está associado a maior limitação funcional.  CONCLUSÕES: Ambos os protocolos promoveram reduções similares na cinesiofobia e incapacidade, e a correlação positiva e consistente entre essas variáveis demonstra a necessidade do controle da cinesiofobia para melhoras mais significativas na incapacidade funcional gerada pela dor lombar. IMPLICAÇÕES: Os achados reforçam a importância de estratégias específicas para reduzir a cinesiofobia em pacientes com dor lombar crônica durante o tratamento, destacam a flexibilidade na escolha dos protocolos de exercício e evidenciam a necessidade da educação em saúde para potencializar e prolongar os efeitos da cinesioterapia.