A REABILITAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO DE OSTEOSSÍNTESE EM PORTADORA DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: UM RELATO DE CASO
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A osteogênese imperfeita (OI) é uma doença genética que afeta principalmente o tecido ósseo, provocando fragilidade e suscetibilidade a fraturas de repetição. Este trabalho caracteriza-se como Relato de Caso de uma paciente do sexo feminino, de 26 anos, com diagnóstico de OI do tipo I e histórico de sete fraturas ao longo da vida. A história atual refere-se a uma fratura do platô tibial esquerdo, decorrente de queda da própria altura, ocorrida em fevereiro de 2025. Inicialmente, foi tratada com fixador externo e internação prolongada até o procedimento de osteossíntese, em abril de 2025. Dada a baixa prevalência (1/15.000 habitantes) da OI e a escassez de protocolos padronizados de reabilitação, torna-se necessário estudar os efeitos da fisioterapia por meio de relatos de caso, a fim de contribuir para o desenvolvimento de práticas clínicas mais seguras e eficazes. OBJETIVOS: Descrever o processo de reabilitação no pós-operatório de osteossíntese do platô tibial em uma paciente portadora de OI. MÉTODOS: O tratamento foi realizado por acadêmicos e fisioterapeutas do Serviço de Fisioterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com 11 sessões realizadas entre os dias 04 e 14 de abril de 2025. A paciente autorizou a divulgação dos dados por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Antes da cirurgia, a paciente apresentava independência funcional (Clinical Frailty Scale - CFS: 2). Na avaliação no primeiro dia de pós-operatório, foram observadas: tolerância reduzida ao esforço, fragilidade moderada (CFS: 4), déficit de força muscular (grau 2 / extensores e flexores do joelho esquerdo), dor limitante, incapacidade de deambulação (Funcional Ambulation Classification – FAC: 0), déficit severo de mobilidade corporal (ICU Mobility Scale: 1) e perda de funcionalidade (Índice de Katz: 5). A reabilitação teve como foco estimular a mobilidade, funcionalidade e tolerância ao esforço. Condutas utilizadas: equipamento de movimentação passiva contínua (20º - 65º / 30 a 60 minutos), exercícios ativos e resistidos no membro inferior direito, exercícios passivos evoluindo para ativos no membro inferior esquerdo, mobilização ativa de tornozelo, treino de sedestação, de ortostatismo e de deambulação com andador, sem descarga de peso no membro operado. Devido ao risco de fraturas, foi adotado cuidado extremo durante as mobilizações. RESULTADOS: Após 11 sessões, a paciente apresentou evolução em: força muscular (grau 3), funcionalidade (Katz: 2), mobilidade (ICU Mobility Scale: 8) e deambulação (FAC: 2). Ao final da internação, realizava transferências e deambulava com auxílio de andador sem dor. CONCLUSÕES: A reabilitação contribuiu para melhora da força muscular, mobilidade, capacidade funcional e tolerância ao esforço em paciente com OI tipo I. Esses resultados ressaltam a importância da reabilitação precoce e intensiva para otimizar a recuperação funcional. Sugere-se a realização de estudos com amostras maiores e métodos avaliativos padronizados, a fim de aprofundar o conhecimento sobre a reabilitação dessa população e aprimorar a prática clínica. IMPLICAÇÕES: Os resultados contribuem para a prática fisioterapêutica na reabilitação de pacientes com tipo OI, ressaltando a importância do conhecimento sobre a doença. Destaca-se a necessidade de desenvolver protocolos específicos para esse perfil de pacientes, com foco na reabilitação e na prevenção de lesões.Publicado
2025-09-11
Como Citar
GAUER DA SILVEIRA, M., BARUA, G., CASTRO MARCULINO, C., EMANOEL ARGENTI, M., OLIVERO, A., LOBEL DA LUZ, L., & SPEROTTO DOS SANTOS ROCHA, C. (2025). A REABILITAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO DE OSTEOSSÍNTESE EM PORTADORA DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: UM RELATO DE CASO. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2646
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Resumo