CINESIOFOBIA E ADESÃO AO EXERCÍCIO PRESCRITO PARA DOR CRÔNICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores

  • PEDRO DA SILVA VALVERDE DOMINGOS UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC)
  • LUCIANA CASTILHO CORDOVA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC)
  • MICHELINE HENRIQUE ARAÚJO DA LUZ KOERICH UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O exercício físico é considerado um dos principais componentes para o tratamento da dor crônica musculoesquelética no contexto da Atenção Primária à Saúde, e, no entanto, a adesão é baixa. A cinesiofobia pode ser um dos fatores que interfere no engajamento desses usuários aos exercícios. OBJETIVOS: Descrever a prevalência de boa adesão ao exercício prescrito para dor e avaliar a associação entre a adesão e cinesiofobia e intensidade da dor em usuários da atenção primária à saúde com dor musculoesquelética crônica.  MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo e transversal realizado com indivíduos adultos com dor crônica musculoesquelética, usuários de uma Unidade Básica de Saúde em Florianópolis. Foram utilizados como instrumentos: um formulário (dados sociodemográficos e clínicos); a Escala Numérica da Dor (END) para avaliar intensidade de dor; a Escala TAMPA para Cinesiofobia para avaliação da cinesiofobia; e a Escala de avaliação de Adesão ao Exercício (EARS-Br) para avaliar o comportamento de adesão ao exercício. Foi realizada a estatística descritiva das variáveis numéricas, além dos testes t de Student ou U de Mann-Whitney para comparação das amostras independentes, a depender do nível de normalidade da distribuição dos dados, e o teste de Coeficiente de Correlação de Spearman, para análise das associações dos dados, adotando um nível de significância de 5% (p<0,05) e um intervalo de confiança de 95%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (CAAE: 77263224.4.0000.0118). RESULTADOS:  Participaram do estudo 60 indivíduos, a maioria mulheres, com média de idade de 54 ± 9,5 anos. A maioria dos participantes relatou dor de intensidade moderada a intensa (média 8/10) e 26,6% tinham diagnóstico ou tratamento para ansiedade e/ou depressão. A prevalência de cinesiofobia foi alta, mas 60% apresentaram comportamento de adesão aceitável ao exercício. A prática mais comum foi exercício em grupo, e a maioria interrompia o exercício quando a dor aumentava. Apesar disso, fazer exercícios para melhorar a saúde e sentir confiança durante a realização dos exercícios foram as razões mais apontadas para a adesão. Não houve associação significativa entre cinesiofobia, intensidade da dor e adesão ao exercício. CONCLUSÕES: A cinesiofobia ou intensidade da dor podem não ser desfechos limitantes para adesão ao exercício por usuários com dor crônica musculoesquelética, e outros fatores devem ser investigados para compreender este fenômeno e traçar estratégias para aumentar o engajamento nessas atividades. IMPLICAÇÕES:  Os resultados indicam que a adesão ao exercício por usuários com dor musculoesquelética crônica na Atenção Primária à Saúde não está diretamente associada à cinesiofobia ou à intensidade da dor. Isso sugere que estratégias de promoção da adesão devem considerar outros fatores motivacionais, comportamentais e contextuais, como o apoio em grupo, a percepção de benefícios à saúde e a autoconfiança. A compreensão mais ampla desses elementos pode subsidiar intervenções mais eficazes no cuidado à dor crônica.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

DA SILVA VALVERDE DOMINGOS, P., CASTILHO CORDOVA, L., & ARAÚJO DA LUZ KOERICH, M. H. (2025). CINESIOFOBIA E ADESÃO AO EXERCÍCIO PRESCRITO PARA DOR CRÔNICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2648