Perfil de formação profissional de fisioterapeutas atuantes na Dor Musculoesquelética Crônica.
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: O exercício físico (EF) é recomendado como tratamento primário para Dor Musculoesquelética Crônica (DMC), mas pessoas com DMC apresentam baixa adesão a tratamentos baseados em EF. Estratégias baseadas em Teorias Comportamentais (TC) e Técnicas de Mudança de Comportamento (TMC) têm sido indicadas para melhorar a motivação e adesão ao tratamento, mas ainda é pouco compreendido o preparo dos fisioterapeutas para aplicar essas abordagens. Conhecer o perfil dos profissionais que atuam com essa população é essencial para direcionar ações educativas e formativas mais eficazes. OBJETIVOS: Descrever o perfil profissional e a formação relacionada às Teorias Comportamentais e Técnicas de Mudança de Comportamento dos fisioterapeutas que atuam no tratamento de DMC. MÉTODOS: Este estudo é um recorte de dissertação de mestrado, de caráter observacional transversal, por meio de um e-mail based survey. Foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEPSH/UDESC), n° 79480124.8.0000.0118. Participaram fisioterapeutas de ambos os sexos, residentes e atuantes no Brasil, que tratam pacientes adultos com DMC. Os dados foram coletados entre outubro de 2024 e abril de 2025, por meio de formulário eletrônico na plataforma Google Forms®. O formulário possui cinco seções, incluindo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. No presente estudo foram analisados os dados da formação profissional dos fisioterapeutas. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, utilizando frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas, e média e desvio padrão para variáveis numéricas, com o software Statistical Package for the Social Sciences®. RESULTADOS: O estudo incluiu 134 fisioterapeutas, com média de idade de 34 anos (DP: 8,7), sendo a maioria do gênero feminino (69%) e atuando predominantemente na clínica (84%). A região Sul concentrou 72% dos respondentes. Quanto ao tempo de profissão, 48% possuíam até 5 anos de experiência. A maioria (93%) cursou alguma pós-graduação, com destaque para áreas de Traumato-Ortopedia (25%), Terapias Manuais (16%) e Dor (13%). Em relação à motivação humana, 66% relataram ter estudado o tema, principalmente em buscas pessoais (34%), palestras (25%) e cursos de atualização (22%). Apenas 18% afirmaram ter recebido formação para aplicação de TMC, com destaque para cursos de Psicologia, Neurociência, Saúde Mental e Dor. Apenas 33% relataram contato prévio com TC específicas, sendo mais citadas a Teoria da Autodeterminação (TAD) (n=13), Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) (n=7), Maslow (n=6), Autoeficácia (n=3) e Modelo Transteórico (MTT) (n=3). CONCLUSÕES: Os resultados apontam que, embora a maioria dos fisioterapeutas que atuam com DMC possua pós-graduação, principalmente em áreas tradicionais da fisioterapia, muitos não tiveram contato formal com TC ou TMC. Apesar de muitos profissionais relatarem ter estudado temas relacionados à motivação em diferentes contextos, a formação para aplicação dessas estratégias é limitada. IMPLICAÇÕES: Esses achados destacam a necessidade de incorporar, nos processos formativos, conteúdos sobre TC e TMC, especialmente voltados para o cuidado de pessoas com DMC. O fortalecimento dessa base pode contribuir para intervenções mais eficazes e cientificamente fundamentadas, melhorando a adesão de pacientes a tratamentos baseados em exercício e autogerenciamento.Publicado
2025-09-11
Como Citar
SILVA DE AVILA, C., COSTA MIGUEL, A., KARLOH, M., & ARAÚJO DA LUZ KOERICH, M. H. (2025). Perfil de formação profissional de fisioterapeutas atuantes na Dor Musculoesquelética Crônica. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2649
Edição
Seção
Resumo