Motivação, necessidades psicológicas básicas e sua relação com a qualidade de vida e saúde mental em praticantes do método Pilates
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A motivação para a prática de atividades físicas representa um desafio constante na atualidade. Nesse cenário, o Pilates surge como uma opção para a promoção da saúde e melhora da qualidade de vida. No entanto, ainda são escassos os estudos investigando os aspectos motivacionais relacionados a prática do Pilates. OBJETIVOS: Avaliar os aspectos motivacionais, as necessidades psicológicas básicas (NPB) e sua correlação com qualidade de vida e saúde mental de praticantes de Pilates. MÉTODOS: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da UFPEL (Parecer 7.190.015). Participaram sujeitos com idade igual ou superior a 18 anos, praticantes de Pilates há pelo menos quatro semanas. A motivação foi avaliada pelo Behavioral Regulation in Exercise Questionnaire-3, já as NPB pelo Basic Psychological Needs in Physical Education Scale, além de ser aplicado o 36-Item Short Form Health Survey para avaliação da qualidade de vida e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, para avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e inferencial, sendo a normalidade verificada pelo teste de Shapiro Wilk e a presença de associações entre as variáveis pelo Coeficiente de Correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Participaram 35 sujeitos, com 48,49±15,93 anos, sendo a maioria (94,3%) do sexo feminino. O tempo de prática do Pilates variou de 2 meses a 12 anos. A frequência semanal de prática foi de 2,14±0,77 aulas/semana, sendo que 82,9% realizavam o Pilates em grupo, composto em média por 3,62±0,68 pessoas. Quanto à motivação, foi observado o reconhecimento de regulações motivacionais mais autodeterminadas para a prática, com maiores valores para a regulação motivacional intrínseca (3,72±0,36), e um índice de autodeterminação de 11,11±4,38. Quanto as NPB, os sujeitos atingiram 89,2% da pontuação máxima para a NPB de vínculo, 83,6% da competência e 81,6% da autonomia. Na avaliação da qualidade de vida, os sujeitos apresentaram uma menor pontuação no domínio da vitalidade (69,00±21,82). Quanto à saúde mental, apresentaram baixos níveis de ansiedade (4,97±3,40 pontos) e depressão (3,69±3,72 pontos). Foram observadas correlações significativas entre a motivação, NPB, qualidade de vida e saúde mental (p<0,05), sendo que a NPB de competência foi a que mais se correlacionou com a qualidade de vida e saúde mental. CONCLUSÕES: Os praticantes do método Pilates apresentaram um perfil motivacional predominantemente autodeterminado, com forte influência da regulação intrínseca. Além disso, a alta satisfação das NPB, especialmente do vínculo, sugere que a prática em grupo pode ser um fator relevante para a adesão e permanência na atividade. A motivação e as NPB se correlacionaram com os desfechos de saúde mental e qualidade de vida. IMPLICAÇÕES: A identificação de um perfil motivacional mais autodeterminado destaca a importância do suporte à autonomia e do ambiente social no contexto do Pilates. Esses fatores tornam o estudo relevante para a formulação de estratégias que favoreçam a adesão e a manutenção do Pilates como uma atividade física regular, beneficiando a saúde física e mental dos praticantes.Publicado
2025-09-11
Como Citar
NEVES DA CUNHA, C., XAVIER DE ARAUJO, F., KARLOH, M., & PIAZZA LUZA, L. (2025). Motivação, necessidades psicológicas básicas e sua relação com a qualidade de vida e saúde mental em praticantes do método Pilates. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2651
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Resumo