ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO APÓS AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES: UM ESTUDO DESCRITIVO POR SUBGRUPOS DE NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO SUPRA E INFRA-PATELARES.

Autores

  • ANA JULIA PINATTI ROBERTO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - CAMPUS RIBEIRÃO PRETO
  • MILENA ZAVATINI SECCO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - CAMPUS RIBEIRÃO PRETO
  • WILKER SANTOS COSTA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - CAMPUS RIBEIRÃO PRETO
  • ANA REGINA DE SOUZA BAVARESCO BARROS HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
  • MARISA DE CÁSSIA REGISTRO FONSECA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O nível de amputação está relacionado ao comprimento do coto e à preservação ou não de articulações fisiológicas, influenciando no controle de uma prótese e na adaptação ao dispositivo. Apesar do sucesso na reabilitação ser de caráter multifatorial, a adaptação à prótese é relacionada à capacidade de realizar atividades funcionais e à participação social. OBJETIVOS: Descrever, por subgrupos de nível de amputação supra e infra-patelar, o uso e satisfação com a prótese, atividades funcionais e participação.  MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional transversal (CAAE: 80562317.1.0000.5440), que avaliou indivíduos com amputação de membro inferior unilateral protetizados há pelo menos seis meses, atendidos no Ambulatório de Amputados de um hospital público de nível terciário. Foram obtidos os dados sociodemográficos e aplicados os questionários de autorrelato: Escala de Houghton-Br, SAT-PRO, Índice de Capacidade Locomotora (ICL) e o retorno ao trabalho. RESULTADOS: Em uma amostra de 92 participantes, a maioria era do sexo masculino (71,7%), com idade média de 55 anos e ensino fundamental incompleto (50%), se encontravam ativos antes da amputação (82,6%), mas acabaram se aposentando após a amputação (69,5%). A principal etiologia foi trauma (49,3%), associados à hipertensão arterial sistêmica (46,7%) e diabetes (44,5%). Quando analisados por subgrupos, indivíduos com amputação infrapatelar (59,8%) relataram ter adquirido a prótese 15,4 meses após a reabilitação, a utilizavam em média há 96,9 meses, e a maioria não utilizava dispositivos auxiliares de marcha (29,35%); obtiveram uma média de 32 pontos no Sat-Pro-Br (70% satisfeitos), uma média de 8,7 pontos na Escala de Houghton-Br, uma média de 35 pontos no ICL e apenas 3 indivíduos voltaram ao trabalho (5,45%). Já aqueles com amputação suprapatelar (40,2%), o tempo médio para aquisição da prótese após reabilitação foi de 13,0 meses, a utilizavam em média há 131,5 meses, e necessitavam de bengala (14,13%); obtiveram uma média de 29 pontos no Sat-Pro-Br (64% satisfeitos), uma média de 7,4 pontos na Escala de Houghton-Br e uma média de 30 pontos no ICL e 6 indivíduos retornaram ao trabalho (16,2%). Ainda, pela Escala de Houghton, puderam ser classificados como deambuladores domiciliares e comunitários limitados (pontuação entre 6 e 8). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que indivíduos com amputação infrapatelar usam mais a sua prótese, estão mais satisfeitos com o dispositivo e realizam maior variedade de atividades funcionais com mais independência em relação àqueles com amputação suprapatelar, sugerindo grande relação do nível de amputação com o controle da prótese durante a realização de atividades funcionais. A participação social e o retorno ao trabalho foram restrições encontradas independente do nível e, portanto, sugerem maior influência de outros fatores. IMPLICAÇÕES: O nível de amputação se mostra relevante para adaptação à prótese e para a realização de atividades funcionais com independência, mas não para participação e retorno ao trabalho. O cuidado centrado no paciente deverá considerar a alavanca disponível do coto para controle protético durante treino de atividades específicas e relevantes, garantindo independência e segurança. 

Publicado

2025-08-31

Como Citar

ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO APÓS AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES: UM ESTUDO DESCRITIVO POR SUBGRUPOS DE NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO SUPRA E INFRA-PATELARES. (2025). Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2661