EFEITO DO REFORÇO VERBAL NA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA E NO TEMPO DE EXECUÇÃO DA PRANCHA FRONTAL TRADICIONAL

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O exercício de prancha frontal tradicional (PFT) é amplamente prescrito por promover a ativação dos músculos do core, no entanto, existem variações e falta de consenso entre profissionais sobre sua aplicação clínica. Simultaneamente, o uso do reforço verbal (RV) parece melhorar a performance em testes máximos e exercícios abdominais. Apesar do número crescente de praticantes da PFT no âmbito clínico, não foram encontrados estudos sobre os efeitos do RV neste exercício.  OBJETIVOS: Analisar o efeito do RV na atividade eletromiográfica do músculo reto femoral e bíceps femoral durante a execução do exercício de PFT.  MÉTODOS: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina (51097321.1.0000.0118, n°5.085.280). Foram incluídos 30 indivíduos saudáveis, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, fisicamente ativos, que foram submetidos à avaliação da atividade elétrica muscular na posição de PFT utilizando o receptor TeleMyo Clinical da Noraxon. A atividade eletromiográfica do reto e bíceps femoral foi mensurada nas condições, com e sem RV, com a ordem definida por randomização simples (PFT sem RV n=16), após uma avaliação da contração isométrica voluntária máxima (CIVM). O exercício de PFT com RV foi prescrito para todos os participantes pelo mesmo avaliador e a partir do momento de maior oscilação pélvica, os reforços foram repetidos de maneira contínua. Durante a execução sem RV, nenhum comando ou ajuste de posicionamento foi repassado, apenas a orientação de manter a PFT por maior tempo possível. O teste foi finalizado quando o indivíduo fizesse contato dos joelhos no chão. Neste momento, foi marcado o tempo máximo de execução, indicando a máxima capacidade de resistência muscular. O processamento dos dados foi realizado pelo software MyoResearch, utilizando filtro Butterworth e passa-banda. Foi utilizado o parâmetro de Amplitude de Ativação Muscular (AAM), os dados foram tabulados e armazenados no programa Office Excel ® e analisados de forma descritiva no programa IBM SPSS versão 20.0. Foi utilizado o teste de Wilcoxon a fim de verificar a diferença entre a PFT com e sem RV nas variáveis tempo de execução e AAM. RESULTADOS: Os indivíduos possuíam uma média de idade de 29,3 anos (DP ±14,27) e IMC médio de 24,5 kg/m2 (DP±4,79). A maioria foi do sexo feminino (66,7%), caucasiana (96,7%). Os resultados mostraram que o  tempo de execução da PFT foi maior na condição com RV em comparação com a condição sem RV. Houve aumento significativo na AAM do bíceps femoral na condição com RV. CONCLUSÕES: Esses achados indicam que o uso do RV tem impacto positivo sobre o desempenho do exercício de PFT, tanto em tempo de execução quanto em AAM, principalmente na musculatura do bíceps femoral. IMPLICAÇÕES: O RV pode contribuir para aumentar a atividade muscular, durante exercícios de fortalecimento bem como, ser incorporado nas intervenções clínicas, proporcionando encorajamento durante a execução dos exercícios e contribuindo para a prevenção de lesões e promoção à saúde na Fisioterapia.