ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS CLÍNICAS E A CINEMÁTICA DO TRONCO, QUADRIL E JOELHO DURANTE O AGACHAMENTO EM MULHERES COM DOR FEMOROPATELAR

Autores

  • CASSIUS IURY ANSELMO E SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • SAMUEL LOURENÇO NOGUEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • DÉCIO BUENO NETO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • VINICIUS BIANQUINI VITERBO MONTILHA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • MARIA JULIA CHECO MELGER UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • HYGOR FERREIRA DA SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)
  • FÁBIO VIADANNA SERRÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: A dor femoropatelar (DFP) é uma condição caracterizada por dor difusa na região anterior do joelho que se intensifica durante atividades que elevam o estresse femoropatelar, tais como durante o agachar, subir e descer escadas e permanecer sentado por longos períodos. As pessoas com DFP podem ainda apresentar alterações psicológicas (tal como cinesiofobia) e limitações funcionais. Adicionalmente, estudos prévios mostraram que essas pessoas possuem padrões de movimento do tronco e membro inferior, durante atividades com suporte do peso corporal, que podem aumentar o estresse femoropatelar. Embora uma associação entre variáveis clínicas (intensidade da dor, duração da dor, cinesiofobia e capacidade funcional) e o padrão de movimento do tronco e membro inferior de pessoas com DFP tenha sido sugerida, ela foi pouco explorada até o momento. OBJETIVOS: Investigar a associação entre variáveis clínicas e a cinemática do tronco, quadril e joelho durante o agachamento unipodal em mulheres com DFP. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional transversal incluindo 15 mulheres (24,7 ± 2,3 anos) com DFP. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (CAAE: 77561424.2.0000.5504). A dor usual na semana prévia à avaliação, a cinesiofobia e a capacidade física foram avaliadas usando uma escala analógica visual, a escala Tampa de cinesiofobia e a escala de dor anterior do joelho, respectivamente. Além disto, a duração da dor em meses foi registrada. O pico de inclinação ipsilateral do tronco, de adução e rotação medial do quadril e de abdução do joelho foi avaliado, usando um sistema de análise tridimensional (3D) do movimento, durante a execução de cinco agachamentos unipodais consecutivos. A associação entre as variáveis clínicas e a cinemática 3D do tronco, quadril e joelho foi avaliada por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Um nível de significância de 5% foi adotado. RESULTADOS: Uma associação significativa foi observada entre a maior cinesiofobia e o menor pico de rotação medial do quadril (r = -0,810; p < 0,01). Não houve outras associações significativas. CONCLUSÕES: De uma perspectiva biomecânica, a redução da rotação medial do quadril durante o agachamento unipodal estaria associada a uma diminuição do estresse femoropatelar e, consequentemente, da dor. Assim, a redução da rotação medial do quadril durante o agachamento unipodal pode ser uma estratégia usada por mulheres com maiores níveis de cinesiofobia com o objetivo de reduzir a dor. No entanto, a diminuição no nível de atividade física devido à cinesiofobia poderia resultar em uma redução, a níveis inadequados, da carga mecânica necessária para a manutenção da integridade da cartilagem articular, causando efeitos deletérios à articulação femoropatelar. IMPLICAÇÕES: Embora a aplicação de exercícios resistidos para os músculos do quadril e joelho seja a abordagem terapêutica com a melhor evidência científica para o tratamento de pacientes com DFP, intervenções adicionais voltadas à cinesiofobia (por exemplo, a fisioterapia psicologicamente informada) podem otimizar a melhora desses pacientes.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

ANSELMO E SILVA, C. I., LOURENÇO NOGUEIRA, S., BUENO NETO, D., BIANQUINI VITERBO MONTILHA, V., CHECO MELGER, M. J., FERREIRA DA SILVA, H., & VIADANNA SERRÃO, F. (2025). ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS CLÍNICAS E A CINEMÁTICA DO TRONCO, QUADRIL E JOELHO DURANTE O AGACHAMENTO EM MULHERES COM DOR FEMOROPATELAR. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2700