AUTOEFICÁCIA E ADESÃO AOS EXERCÍCIOS PRESCRITOS PARA DOR CRÔNICA: ESTUDO PRELIMINAR COM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: O exercício físico é um dos componentes fundamentais no tratamento da dor crônica musculoesquelética na Atenção Primária à Saúde (APS). No entanto, indivíduos com essa condição apresentam baixa adesão aos exercícios prescritos. A literatura sugere que níveis mais elevados de autoeficácia podem favorecer a adesão, embora os resultados sejam controversos. Compreender os fatores que influenciam a adesão é importante para aprimorar as estratégias terapêuticas na APS. OBJETIVOS: Analisar a relação entre autoeficácia e adesão aos exercícios físicos recomendados na APS em indivíduos com dor crônica musculoesquelética. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e de corte transversal, realizado com 60 usuários de um centro de saúde localizado em um território de alta vulnerabilidade social em Florianópolis, Santa Catarina. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), sob o protocolo CAAE n°59805822.3.0000.0118. A amostra foi composta majoritariamente por mulheres (81,7%), com idade média de 51,25 ± 12,01 anos. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa o Questionário Roland Morris (QIRM), para avaliação da incapacidade funcional; a Escala de Autoeficácia para Dor Crônica (AEDC), para avaliação da autoeficácia; e a Escala de Avaliação de Adesão ao Exercício (EARS-Br), para avaliar a adesão. A análise estatística foi realizada por meio do teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade dos dados e do coeficiente de correlação de Pearson para avaliar a associação entre autoeficácia e adesão, adotando-se nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS: Os participantes apresentaram, em média, altos níveis de autoeficácia (184,54 ± 52,98), incapacidade funcional leve (12,18 ± 5,54) e intensidade de dor de moderada a intensa (7,41 ± 2,12). No entanto, observaram-se baixos níveis de adesão aos exercícios prescritos (11,95 ± 7,61). Não foi identificada associação estatisticamente significativa entre níveis mais elevados de autoeficácia e maior adesão aos exercícios físicos. CONCLUSÕES: Embora os indivíduos tenham apresentado altos níveis de autoeficácia, esta não se associou a maiores índices de adesão aos exercícios prescritos. Estes achados sugerem que a autoeficácia, isoladamente, pode não ser o principal determinante da adesão em populações de alta vulnerabilidade social. Estudos futuros devem ampliar o número de participantes e investigar possíveis barreiras contextuais e psicossociais à prática de exercícios físicos na APS. IMPLICAÇÕES: Os achados reforçam a importância de considerar aspectos psicossociais e contextuais, como medo da dor, baixa escolaridade, fatores econômicos, apoio social e acesso aos serviços, no planejamento de estratégias que promovam a adesão aos exercícios físicos na Atenção Primária à Saúde.Publicado
2025-09-11
Como Citar
PACHECO, A. E., ARAÚJO DA LUZ KOERICH, M. H., BOENO DA LUZ, R., & DA SILVA VALVERDE DOMINGOS, P. (2025). AUTOEFICÁCIA E ADESÃO AOS EXERCÍCIOS PRESCRITOS PARA DOR CRÔNICA: ESTUDO PRELIMINAR COM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2701
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Resumo