Prevalência de pacientes que não aderem à reabilitação em um Hospital Universitário da região Norte do país: um estudo transversal

Autores

  • ZHAYLA ELIZA NEVES REIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • ISABELLA SOUZA BARBOSA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • ERYCK RIPKE DONIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • ÉRICK AUGUSTO PUREZA TEIXEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • ISAÍAS LOPES UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • NATALIA CAMARGO RODRIGUES IOSIMUTA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)
  • NÍVEA RENATA OLIVEIRA MONTEIRO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O atendimento fisioterapêutico constitui uma importante etapa no tratamento de diversas disfunções musculoesqueléticas, assim como atua na prevenção e promoção da saúde. Contudo, diversos pacientes abandonam o tratamento fisioterapêutico, antes de atingir os resultados funcionais necessários, oferecido pelos serviços públicos. Desse modo, destaca-se a necessidade de analisar a prevalência e os fatores relacionados à alta por abandono no serviço fisioterapêutico. OBJETIVOS: Identificar a prevalência de alta por abandono do tratamento fisioterapêutico em um serviço de fisioterapia traumato-ortopédica e reumatológica de um Hospital Universitário (HU). MÉTODOS: Neste estudo transversal retrospectivo, aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) (CEP.4.248.398), foram avaliados 46 prontuários de pacientes traumato-ortopédicos e reumatológicos do HU-UNIFAP, atendidos entre fevereiro de 2023 e julho de 2024. Os dados foram coletados por meio da plataforma REDCap (versão 13.3.0) e analisados estatisticamente no Jamovi (versão 2.6). Foram realizadas estatística descritiva, análise de qui-quadrado e regressão logística binomial. RESULTADOS: A média de idade foi de 48,4 (±16,2) anos e média de distância entre a residência dos pacientes e o HU foi de 7,55 (±5,83) quilômetros. 43,5% dos participantes abandonaram o tratamento, 52,2% tiveram alta programada e 4,3% ainda estavam em tratamento fisioterapêutico, não existindo diferença entre os dois tipos de alta. Além disso, não foi encontrado diferença entre o quantitativo de altas por abandono e programadas quando comparadas com a distância até local de atendimento, nem com a renda. No entanto, foi observado que as altas por abandono ocorreram apenas entre os pacientes com até 3 salários-mínimos e desses 40% relataram ter ensino médio completo e 35% fundamental incompleto. Desse modo, entre os 20 participantes que abandonaram o tratamento, 5 recebiam menos que 1 salário-mínimo (SM), 10 recebiam entre 1 e 2 SM e 5 recebiam de 2 até 3 SM, notando-se que os pacientes com mais de 3 SM permaneceram em tratamento até a alta programada. Desses, 12 moravam até 5km de distância do HU, 2 até 10km, 2 até 15 km e 4 acima de 15km. Na regressão logística binomial, o modelo considerando as variáveis de renda, nível de escolaridade e distância para o HU explicaram 49% da taxa de abandono, mas sem diferença estatística. CONCLUSÕES: Os resultados do estudos mostram que metade dos pacientes atendidos abandonam o tratamento e que outros fatores, além de renda, distancia e escolaridade podem estar interferindo na aderência ao tratamento. No entanto, os pacientes precisam ter acompanhamento da assistente social para auxiliar nos aspectos socioeconômicos, a fim de auxiliar na permanência do paciente na reabilitação. Mas outros fatores precisam ser avaliados. IMPLICAÇÕES: Os achados auxiliam na compreensão do perfil de pacientes que abandonam a fisioterapia, o que implica na adoção de medidas que visem melhorar a adesão ao tratamento, como flexibilização dos dias de atendimento e mudança da abordagem terapêutica, como também um atendimento multidisciplinar.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

NEVES REIS, Z. E., SOUZA BARBOSA, I., RIPKE DONIN, E., PUREZA TEIXEIRA, ÉRICK A., LOPES, I., CAMARGO RODRIGUES IOSIMUTA, N., & MONTEIRO, N. R. O. (2025). Prevalência de pacientes que não aderem à reabilitação em um Hospital Universitário da região Norte do país: um estudo transversal. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2703