Análise comparativa entre atendimento fisioterapêutico com supervisão on-line e cartilha educativa virtual em pacientes com dor lombar crônica
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A literatura afirma que há eficácia no tratamento fisioterapêutico realizado de forma remota comparado ao tratamento presencial. Quando contrastado a outras formas de atendimento remoto não há tantas evidências na literatura. Seria relevante investigar a intervenção em comparação com outras, como cartilhas educativas eletrônicas. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi analisar as diferenças entre a telereabilitação e a confecção de cartilhas educativas. Além disso, caso se mostre eficaz, poderá representar uma nova forma de tratamento para profissionais da saúde. MÉTODOS: Pesquisa quantitativa de design experimental, classificada como ensaio clínico controlado randomizado. Aprovada pelo Comitê de Ética sob número 7.200.008. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento. A amostra foi composta por munícipes de Pelotas com diagnóstico clínico de dor lombar crônica, com idade entre 18 e 65 anos. Foram avaliados dados sociodemográficos dos pacientes, intensidade da dor pelo Numeric Pain Rating Scale (NPRS), os medos e crenças através do Fear Avoidance Belief Questionnaire (FABQ) e os níveis de ansiedade pelo Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). A intervenção durou 4 semanas, um grupo recebeu telereabilitação (Grupo Telereabilitação) baseada em exercícios de vídeo, com acompanhamento e supervisão via aplicativo de mensagens durante o tratamento e o outro grupo recebeu reabilitação baseada em uma cartilha educativa de exercícios (Grupo Cartilha), sem possuir acompanhamento e supervisão. RESULTADOS: A amostra foi composta por 49 indivíduos, destes, 73,5% mulheres, com média de idade de 50,5 anos (± 14,9). No grupo Telereabilitação, demonstrou melhora nos escores de dor (NPRS), que reduziram de 7,23 (± 2,26) para 4,33 (± 4,51), e de ansiedade (BAI), de 18,46 (± 13,97) para 8,67 (± 5,86). Além disso, houve redução nas crenças de medo e evitação (FABQ), de 42,34 (± 15,51) para 32,33 (± 9,61). Já no grupo Cartilha, as reduções foram discretas, com o NPRS indo de 7,23 (± 2,26) para 6,56 (± 2,82), o BAI aumentando de 18,46 (± 13,97) para 21,00 (± 12,95), e o FABQ de 42,34 (± 15,51) para 43,20 (± 12,69). Os dados indicam que a telereabilitação foi mais eficaz na redução da dor, ansiedade e crenças relacionadas ao movimento, em comparação com o uso da cartilha. CONCLUSÕES: Conclui-se que a telereabilitação é capaz de trazer resultados mais robustos no âmbito da dor (NPRS), da ansiedade (BAI) e nas crenças de medo e evitação (FABQ). A cartilha também foi capaz de mostrar melhora nos resultados, porém de forma mais discreta. IMPLICAÇÕES: A telereabilitação demonstrou uma abordagem mais interativa, com acompanhamento contínuo do fisioterapeuta, favorecendo a adesão ao tratamento. Em contrapartida, as cartilhas educativas mostraram-se alternativas acessíveis e viáveis, com restrições de tempo e acesso à tecnologia. Os achados indicam que ambas as estratégias possuem aplicabilidade clínica, devendo a escolha considerar as necessidades e condições individuais dos pacientes. O estudo também sugere novas pesquisas para potencializar os resultados terapêuticos.Publicado
2025-09-11
Como Citar
ÁVILA PINTO, E., DA SILVA SANES, I. C., PINTO ACOSTA, J., LIMA NUNES, N., STIFFT NORNBERG, S., DE ARAUJO, F. X., & JUNKES CUNHA, M. (2025). Análise comparativa entre atendimento fisioterapêutico com supervisão on-line e cartilha educativa virtual em pacientes com dor lombar crônica. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2704
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Resumo