EFEITOS SOBRE INCAPACIDADE FUNCIONAL EM ADULTOS MAIS VELHOS: ANÁLISE NA POPULAÇÃO GERAL E EM INDIVÍDUOS COM DOR CRÔNICA
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: A incapacidade funcional em idosos representa um desafio significativo, visto que a perda da autonomia compromete a qualidade de vida e a saúde, além de aumentar o risco de institucionalização e mortalidade. Embora a dor crônica não seja sinônimo de incapacidade, muitos indivíduos têm sua funcionalidade afetada por essa condição. O suporte social é um dos fatores que podem exercer influência sobre a experiência da dor e a manutenção da funcionalidade. OBJETIVOS: Analisar os efeitos do suporte social funcional na incapacidade em adultos mais velhos, comparando os resultados na população geral e naqueles com dor crônica na coluna. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal de base populacional com dados de pessoas acima de 50 anos, provenientes da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), de 2019-21, aprovado pelo Comitê de Ética da Fundação Oswaldo Cruz (CAAE: 34649814.3.0000.5091). A dor crônica na coluna foi autorrelatada. As variáveis de exposição incluíram o suporte social funcional, avaliado por quatro itens: apoio instrumental em casa, fora de casa, financeiro e emocional. A ausência de alguém para dar apoio foi classificada como suporte social negativo. O desfecho foi a incapacidade funcional, medida pelo Índice de Katz e atribuída àqueles que relataram algum grau de dificuldade em realizar pelo menos uma dessas atividades: comer, tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se, deambulação e transferência. Foi utilizado um modelo de equações estruturais para estimar relações diretas e indiretas entre variáveis sociodemográficas, comportamentais e de saúde sobre a incapacidade funcional e o suporte social percebido. O modelo foi realizado no Stata, tanto para a população geral quanto para os que reportaram dor crônica. RESULTADOS: Na população estudada (n=8.012), 31,6% relataram diagnóstico médico de dor crônica na coluna, 9,9% apresentaram incapacidade funcional, e 85% referiram dispor de suporte social funcional em todas as dimensões avaliadas. Não houve associação estatisticamente significativa entre suporte social – total ou por domínio – e a presença de incapacidade, indicando ausência de efeito direto do suporte social sobre essa, tanto na amostra geral quanto entre aqueles com dor crônica na coluna. Por outro lado, a presença de sintomas depressivos e a baixa atividade física apresentaram efeitos diretos e significativos na incapacidade. O efeito direto da atividade física foi pequeno (beta=0,11; p<0,001) na população com dor crônica, mas maior do que na população geral (beta=0,07; p<0,001). O efeito direto da depressão na incapacidade foi similar nos dois grupos (beta=0,17, p<0,001, naqueles com dor crônica e beta=0,16, p<0,001, na população geral). CONCLUSÕES: O suporte social funcional não apresentou efeitos sobre a incapacidade funcional em idosos, tanto na população geral quanto entre aqueles com dor crônica. Fatores como sintomas depressivos e baixa atividade física demonstraram associação mais robusta no desfecho, reforçando a importância de abordagens multidimensionais para preservar a autonomia em idosos. IMPLICAÇÕES: Identificar determinantes e possíveis efeitos sobre incapacidade torna-se relevante para orientar estratégias mais integradas de prevenção e cuidado buscando promover um envelhecimento saudável e independente.Publicado
2025-09-11
Como Citar
KLUNCK, D., & JAYCE CEOLA SCHNEIDER, I. (2025). EFEITOS SOBRE INCAPACIDADE FUNCIONAL EM ADULTOS MAIS VELHOS: ANÁLISE NA POPULAÇÃO GERAL E EM INDIVÍDUOS COM DOR CRÔNICA. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2715
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Resumo