Correlação entre o torque e espessura muscular dos flexores de cotovelo de indivíduos saudáveis
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: O treinamento resistido (TR) pode promover alterações morfológicas e funcionais no tecido musculoesquelético. Estas adaptações podem ser mensuradas de forma não invasiva e em tempo real por meio técnicas como a ultrassonografia por imagem e a dinamometria. A força muscular isométrica estimada pelo dinamômetro digital portátil tem sido cada vez mais mensurada em ambientes clínicos. No entanto, poucos estudos têm correlacionado seus valores com outros métodos de avalição já bem validados, como a ultrassonografia. OBJETIVOS: Avaliar os efeitos de um TR de 8 semanas sobre o torque isométrico e espessura muscular dos flexores de cotovelo. Correlacionar o torque mensurado pelo dinamômetro digital portátil com a espessura muscular (EM) dos flexores de cotovelo adquirida pela ultrassonografia, antes e após 8 semanas de TR em indivíduos destreinados. MÉTODOS: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSHUFSC) sob o número de protocolo 64708522.1.0000.0121. Trata-se de um ensaio clínico com 15 adultos saudáveis de ambos os sexos (22,00 ± 3,30 anos, 75,80 ±14,70 Kg, 1,70 ± 0,07 m), que não praticavam fortalecimento muscular há pelo menos três meses. O torque isométrico dos flexores de cotovelo foi avaliado com dinamômetro digital portátil (MedEOR Medtech), por meio de três repetições com contração máxima de 5 segundos e intervalo de 30 segundos entre cada contração. A EM dos flexores de cotovelo foi avaliada pelo ultrassom (Mobissom MDUO) com transdutor linear, modo B, frequência de 7,5 MHz, profundidade de 20-80 mm. O transdutor foi posicionado anteriormente e transversalmente ao braço, na região de 60% de seu comprimento (distância entre o acrômio e o epicôndilo lateral do úmero). O TR ocorreu durante oito semanas, com duas sessões semanais dos exercícios bíceps rosca, sendo realizadas 3 séries de 15 repetições, com 1 minuto de intervalo, com carga auto selecionada (escolha da carga que permitisse boa execução e esforço moderado). A correlação de Pearson foi utilizada para comparar os dados da EM e torque, de acordo com a classificação: r < 0,5 baixa correlação; entre 0,5 e 0,75 moderada, entre 0,75 a 0,90 boa e acima de 0,90, excelente O teste t de Student foi utilizado para comparar o torque e EM entre as semanas de treinamento. O nível de significância adotado foi de p < 0,05. RESULTADOS: O torque isomérico dos flexores de cotovelo na primeira e oitava semanas foi de 45,10 ± 3,60 N.m e 39,10 ± 4,50 N.m, respectivamente (p > 0,05). A EM dos flexores de cotovelo na primeira e oitava semanas foi de 31,10 ± 1,40 mm e 30,80 ±3,10 m, respectivamente (p > 0,05). A correlação entre estes parâmetros na primeira e oitava semanas foi moderada e significativa: 0,733 (p < 0,05) e 0,746 (p < 0,05), respectivamente. CONCLUSÕES: O treinamento de resistência de 8 semanas não promoveu alterações no torque e espessura muscular dos flexores de cotovelo. O torque isométrico obteve correlação moderada e significativa com a espessura muscular dos flexores de cotovelo. IMPLICAÇÕES: O dinamômetro isocinético parece ser um instrumento confiável em identificar alterações funcionais decorrentes de adaptações estruturais do tecido musculoesquelético. Estes resultados podem servir de base para prescrição de exercícios no contexto da reabilitação traumato-ortopédica.Publicado
2025-09-11
Como Citar
BUFON, T., BORTOLOZZO LEITÃO, L., WEINGÄRTNER, B. L., BRUSCHI, M., HAUPENTHAL, A., & MARINHO E LIMA, K. M. (2025). Correlação entre o torque e espessura muscular dos flexores de cotovelo de indivíduos saudáveis. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2719
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Resumo