Bacharéis em Fisioterapia ou Educação Física não estão cientificamente preparados para a reabilitação musculoesquelética usando o exercício físico na reumatologia

Autores

  • BRUNO HONÓRIO CAVALCANTI UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
  • RACKLAYNE RAMOS CAVALCANTI UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
  • MARCELO CARDOSO DE SOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
  • ANDRÉ PONTES-SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: Na área da disfunção musculoesquelética, os reumatologistas brasileiros recomendam a prática de exercícios físicos para fins de reabilitação. No entanto, eles apresentam uma grande limitação no que se refere ao conhecimento das diretrizes relacionadas ao esforço físico para reabilitar o sistema musculoesquelético. Isso é justificável, dado que a formação legal para essa prática é destinada a fisioterapeutas e bacharéis em educação física. No entanto, nenhum estudo avaliou o conhecimento desses profissionais sobre a reabilitação de pacientes reumáticos por meio de exercício físico. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de bacharéis em Educação Física ou Fisioterapia sobre a utilização do exercício físico na reabilitação musculoesquelética em reumatologia. MÉTODOS: Um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética (parecer: 5.792.366). Calculamos a amostra a priori usando o software G*PowerTM para comparações por tabela de contingência. Portanto, utilizamos o valor crítico de Qui-quadrado (X2 = 7,20), tamanho do efeito (w = 0,3), probabilidade de erro alfa (0,05) e erro beta (0,80). Depois, incluímos bacharéis em educação física ou fisioterapia. O nível de conhecimento foi avaliado por meio de perguntas estruturadas baseadas na European Alliance of Associations for Rheumatology (EULAR). Utilizamos o teste qui-quadrado (alfa = 5%) para comparar o número de respostas corretas vs. incorretas. Adicionalmente, calculamos o tamanho do efeito por meio do valor w para diferenças significativas (p < 0,05), nas quais a interpretação indica relevância clínica pequena: w = 0,10; média: w = 0,30; e grande: w > 0,50). RESULTADOS: A amostra foi composta por 116 profissionais residentes no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. A maioria foi composta por mulheres e fisioterapeutas, com idade ~ 34,43 (±8,71) anos. Em relação ao conhecimento sobre a utilização de exercícios na reabilitação musculoesquelética, observamos um número significativo de respostas incorretas (p < 0,001) às questões da EULAR. Clinicamente, o grande tamanho do efeito (w > 0,5) para o número de erros indicou uma situação preocupante para a reabilitação musculoesquelética. CONCLUSÕES: Bacharéis em educação física, assim como fisioterapeutas, não estão cientificamente preparados para reabilitar pessoas com disfunções musculoesqueléticas por meio de exercícios físicos. IMPLICAÇÕES: Embora os resultados abordem uma crítica científica importante para a área da reabilitação, a amostra não incluiu profissionais das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Portanto, é preciso ter cautela ao generalizar tais resultados para regiões e amostras não pesquisadas.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

HONÓRIO CAVALCANTI, B., RAMOS CAVALCANTI, R., CARDOSO DE SOUZA, M., & PONTES-SILVA, A. (2025). Bacharéis em Fisioterapia ou Educação Física não estão cientificamente preparados para a reabilitação musculoesquelética usando o exercício físico na reumatologia. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2726