FATORES PREDISPONENTES PARA ALTERAÇÕES CLÍNICAS CAUSADAS PELA INDUÇÃO DE FADIGA MUSCULAR EM ATLETAS UNIVERSITÁRIOS

Autores

  • GABRIELA BECK ALIANO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)
  • BRENDA DUTRA GUTERRES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)
  • ANNA CAROLINA POZZOBON MELCHIOR UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)
  • MARIA EDUARDA STANGHERLIN UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)
  • GUILHERME S. NUNES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: Fadiga muscular é definida por qualquer declínio no desempenho muscular, associado a uma atividade realizada de forma exaustiva, induzindo ao dano muscular temporário. Esse processo é comum na prática esportiva, sendo um fenômeno complexo e multifatorial. A ocorrência da fadiga impacta tanto na atividade, como também provoca alterações clínicas afetando a recuperação e retorno aos treinos. Diferentes fatores podem estar envolvidos na expressão da fadiga e a identificação de fatores de risco pode auxiliar no processo de prevenção objetivando minimizar seus impactos.    OBJETIVOS: Investigar se características antropométricas e da arquitetura muscular podem estar associadas a alterações nos níveis de dor e fadiga após um protocolo de indução de fadiga em atletas universitários.  MÉTODOS: Participaram do estudo 86 atletas universitários de diferentes esportes, com idade acima de 18 anos e de ambos os sexos. Na avaliação inicial foram coletados dados de caracterização (medidas antropométricas e questões sobre a prática esportiva) e níveis de dor e fadiga. Após, os participantes foram submetidos a um protocolo de fadiga muscular de quadríceps, que consistia na realização de cinco séries de extensão de joelho no dinamômetro isocinético. A primeira série como objetivo de aquecimento, teve quatro repetições submáximas e na sequência foram realizadas quatro séries de 20 repetições máximas na velocidade de 60º por segundo, com um intervalo de 2 minutos entre as séries. Imediatamente após esse protocolo, foram coletados níveis de dor e fadiga. Análises de regressão linear múltipla foram realizadas para investigar quais variáveis poderiam prever alterações nos níveis de dor e fadiga após o protocolo de indução de fadiga. Os potenciais preditores foram idade, sexo, IMC, tempo de experiência no esporte, valores basais e de mudança na elastografia, ecogenicidade e espessura muscular. A análise de resíduo não identificou nenhum valor discrepante para dor ou fadiga. O nível de significância estatística estabelecido foi p < 0,05.  CAAE 67652823.0.0000.5346. RESULTADOS: O modelo de regressão múltipla para da dor identificou que idade (beta = –0,30, p = 0,038), IMC (beta = –0,37, p = 0,014) e ecogenicidade basal (beta = 0,12, p = 0,007) foram preditores do aumento da dor após o protocolo, sendo que o modelo explicou 22% da variância no aumento da dor. Para mudanças no nível de fadiga, o modelo de regressão múltipla não encontrou nenhum preditor significativo [F(10, 75) = 1,23, p = 0,29]. CONCLUSÕES: Esse estudo indicou que atletas mais jovens, com maior IMC e menor ecogenicidade pré-fadiga estão mais propensos a apresentarem maiores níveis de dor após a fadiga muscular induzida. Entretanto, não foram encontradas associações significativas entre os preditores testados e os níveis de fadiga muscular após o protocolo de fadiga, indicando que outros fatores fisiológicos possam ter maior relação com essas alterações.  IMPLICAÇÕES: Os achados deste estudo proporcionam melhor elucidação acerca dos fatores que podem estar associados ao desenvolvimento de sintomas como dor e fadiga muscular. Esse conhecimento é relevante na prática clínica para a tomada de decisões, influenciando na escolha de técnicas e abordagens voltadas para o manejo e prevenção eficaz dessa condição.

Publicado

2025-09-11

Como Citar

BECK ALIANO, G., DUTRA GUTERRES, B., POZZOBON MELCHIOR, A. C., STANGHERLIN, M. E., & S. NUNES, G. (2025). FATORES PREDISPONENTES PARA ALTERAÇÕES CLÍNICAS CAUSADAS PELA INDUÇÃO DE FADIGA MUSCULAR EM ATLETAS UNIVERSITÁRIOS. Anais Do Congresso Brasileiro Da Associação Brasileira De Fisioterapia Traumato-Ortopédica - ABRAFITO, 5(1). Recuperado de https://seer.uftm.edu.br/anaisuftm/index.php/abrafito/article/view/2744