Efeitos Agudos do Óleo de Pequi Associado ao Exercício na Dor e Função Física em Mulheres com Osteoartrite de Joelho

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO:  A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma condição crônica e multifatorial que afeta significativamente a funcionalidade e a qualidade de vida de adultos a partir dos 45 anos. O exercício físico é considerado padrão ouro no tratamento da OAJ, porém o medo da dor nas fases iniciais pode comprometer a adesão. O uso de produtos naturais como o óleo de pequi (Caryocar coriaceum Wittm.), tradicionalmente utilizado por populações do cerrado, vêm sendo investigadas por seus potenciais efeitos anti-inflamatórios e tem ganhado atenção como possível estratégia complementar OBJETIVOS: O presente estudo objetivou avaliar os efeitos agudos da associação entre o óleo de pequi e o exercício físico sobre dor e função física em mulheres com OAJ MÉTODOS: Foi realizado um ensaio clínico duplo-cego com 46 mulheres entre 40 e 70 anos, diagnosticadas com OAJ, alocadas aleatoriamente em dois grupos: G1 (Pequi, n=25) e G2 (Placebo, n=21). A formulação foi administrada três vezes ao dia por três dias. As participantes realizaram uma sessão de exercício composta por 10 repetições máximas de extensão de joelho e leg press. A dor foi avaliada pela Escala Visual Analógica da dor (EVA) e limiar de dor à pressão (LDPP) em quatro momentos: baseline, após o exercício, no segundo e no terceiro dia. A função foi avaliada na baseline e no terceiro dia por meio do Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) e de testes funcionais objetivos: Timed Up and Go (TUG), 4-Stair Climb (4SC) e 30-Second Chair Stand Test (30CST) RESULTADOS:  Os resultados mostraram que G1 teve redução significativa da dor pela EVA (de 8,0 [6,0–8,0] para 3,0 [3,0–5,0], p<0,001), além de aumento do LDPP (p=0,006), com superioridade em relação ao G2 (p<0,001). No domínio funcional, G1 apresentou melhora significativa em todas as subescalas do KOOS (p<0,05), enquanto G2 não obteve diferença significativa nas subescalas de atividades recreativas e qualidade de vida. Nos testes funcionais, ambos os grupos melhoraram no TUG (p<0,05), mas apenas G1 teve desempenho superior no 4SC (p=0,002); nenhuma diferença foi observada no 30CST (p>0,05) CONCLUSÕES: A associação do óleo de pequi ao exercício físico promoveu redução da dor e melhora na função autorrelatada e em tarefas de locomoção e subida de escadas em curto prazo IMPLICAÇÕES:  A estratégia apresenta-se como promissora para potencializar os efeitos do exercício, podendo favorecer a continuidade da prática em indivíduos com OAJ