Percepção de satisfação sobre um protocolo de treinamento com restrição de fluxo associado a fotobiomodulação em jovens: um estudo piloto

Resumo

CONTEXTUALIZAÇÃO: O treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (TRFS) é um método que vem sendo utilizado para ganho de força e perimetria muscular. A terapia de fotobiomodulação (FBM) utiliza a capacidade de algumas células absorverem luz para potencializar o rendimento muscular. A associação de ambas as técnicas aparenta trazer resultados positivos em parâmetros de desempenho muscular. O TRFS utiliza baixas cargas, quando comparada ao treinamento convencional, ambos promovendo ganhos semelhantes de hipertrofia e resistência muscular. O uso desse modo de treinamento possibilita que durante a reabilitação pós lesão o paciente tenha ganhos importantes no desempenho muscular, visto que em fases iniciais da reabilitação, utilizar cargas altas não é recomendado. Dentro disso, o TRFS ainda é uma temática recente a sociedade, isso impacta na interpretação dos resultados ganhos e da qualidade de treinamento pelo indivíduo. OBJETIVOS: O presente trabalho tem o objetivo de aplicar o questionário de satisfação para analisar a percepção dos efeitos da combinação entre o TRFS e a FBM em adultos jovens. MÉTODOS: O estudo piloto contou com 9 voluntários com média de idade de 22 anos, praticantes de musculação por pelo menos 3 meses. Foi realizado um protocolo de TRFS associado a FBM para bíceps braquial em ambos os braços. A carga utilizada foi de 20% da repetição máxima (RM) em um protocolo de quatro séries totalizando 75 repetições, a intervenção foi realizada duas vezes por semana, durante quatro semanas. A FBM foi aplicada antes da sessão de cada tratamento com uma área de radiação de 71,25 cm², potência de 672 mW, tempo de 90 segundos, energia de 90 J e fluência 0,84 J/cm². Ao final, foi aplicado um questionário de satisfação que abrangeu as percepções individuais sobre o protocolo de treinamento. O mesmo avaliou a satisfação sobre ganho de perimetria e força muscular, sobre a melhora da fadiga e da resistência muscular e se o TRFS foi satisfatório a ponto de poder substituir o treinamento resistido convencional. Este projeto foi aprovado pelo o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina - CEP-UFSC com número 70074021.3.0000.0121. RESULTADOS: As respostas ao questionário apontaram que em relação ao ganho de perimetria do bíceps braquial, 6 (66,6%) participantes estavam satisfeitos, ao aumento da força muscular 7 (77,7%) e a melhora da resistência e fadiga 8 (88,8%). Todos os voluntários demonstraram concordar totalmente que o TRFS trouxe efeitos positivos. No entanto, quando questionados sobre a possibilidade da substituição do treinamento convencional pelo protocolo de TRFS e FBM, 3 (38,8%) apontaram como indiferente e 3 (38,8%) discordaram do questionamento. CONCLUSÕES: O presente estudo demonstra que apesar dos participantes terem uma percepção positiva sobre os resultados do TRFS com FBM, ainda relatam discordância sobre o treinamento convencional trazer efeitos semelhantes ao TRFS. IMPLICAÇÕES: o TRFS demonstra a possibilidade de gerar ganhos relevantes no desempenho muscular, nesse sentido, é de suma importância a compreensão sobre a satisfação dos indivíduos que recebem a técnica para garantir a aderência da prática nos diversos protocolos de reabilitação musculoesqueléticas.